Ao escutar seu bebê chorando você sente uma vontade incontrolável de ir acudi-lo? Pois saiba que há uma razão científica para isso. É o que aponta um trabalho recente do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD, na sigla em inglês), nos Estados Unidos.
Para chegar a conclusão, os pesquisadores realizaram diversos experimentos. Na primeira etapa, eles avaliaram durante uma hora o comportamento de 684 mães de 11 países, incluindo o Brasil, e seus filhos de 5 meses de vida. Ali, observaram respostas, na maioria das vezes, semelhantes.
Por exemplo, elas levavam cerca de cinco segundos para atender ao choro do bebê. Entre as reações, as mais comuns e que aconteciam primeiro eram pegar o pequeno no colo e falar com ele.
Como os achados eram consistentes em todas as culturas, mesmo sendo países tão diferentes, os cientistas evoluíram para uma segunda etapa do trabalho: investigar se havia alguma justificativa cerebral para isso.
Circuitos ligados
Nesta fase, mães de diferentes nacionalidades foram submetidas a um exame de ressonância magnética funcional, que avalia o fluxo sanguíneo no cérebro em resposta à atividade no órgão. Ao compararem os resultados com os de mulheres que não tinham filhos, os médicos descobriram alterações em várias regiões.
Uma delas é a que responde pela intenção de se movimentar e falar, que era exatamente o que as mães da etapa anterior faziam primeiro nessa situação. Áreas relacionadas ao processamento de som e produção de discurso também se ativavam mais nas mamães ao ouvir o lamento. Os cientistas detectaram, ainda, atividade extra em estruturas cerebrais associadas ao ato de cuidar.
Outras mudanças
No artigo que divulga os resultados, os autores ressaltam que outros estudos já haviam demonstrado mudanças do tipo na cabeça das mamães. Entre elas, uma maior plasticidade neuronal, que é a formação de novas conexões entre os neurônios. Esse processo ocorre em áreas responsáveis pelo processamento emocional de situações, então quando o filho — ou outra criança — chora, o cérebro da mãe identifica aquilo importante, algo que requer atenção.