Escola que ensina meninas a serem princesas chega a São Paulo

Os cursos, que são exclusivos para garotas, trazem aulas de culinária, regras de etiqueta e dicas de beleza.

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Atualizado em 16 fev 2017, 00h37 - Publicado em 13 out 2016, 14h07
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Imagine um curso em que a grade curricular contempla regras de etiqueta, boas maneiras e postura corporal, conceitos de estética e de higiene pessoal, a importância da aparência, corte e costura, culinária básica, lavanderia e até primeiros socorros. Parece algo do século passado, mas não é! Essa instituição existe desde 2013 na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, e depois abrir franquias em Uberaba e Belo Horizonte chegará à capital paulista no fim de outubro.

A responsável por trazer a “Escola de Princesas” para São Paulo é Silvia Abravanel, filha de Silvio Santos. Como nas outras filiais, aqui serão oferecidas aulas para meninas de 4 a 15 anos de idade, que, além dos ensinamentos sobre como gerenciar um lar (incluindo instruções de como arrumar a cama e organizar o armário, por exemplo), ainda receberão dicas de cabelo, maquiagem e até mesmo de “como se guardar para o príncipe encantado”. Tudo isso num ambiente cor de rosa – da decoração ao uniforme usado pelas garotas.

Com o slogan “Todo sonho de menina é tornar-se uma princesa”, o site da empresa informa que a missão da escola é “oferecer serviços de excelência que propiciem experiências de natureza intelectual, comportamental e vivencial do dia a dia da realeza”, para que as pequenas que sonham em se tornar princesas possam resgatar a essência feminina.

É um projeto criado para levar ao coração das meninas valores e princípios morais e sociais que as ajudarão a conduzir sua vida com sabedoria e discernimento. É sobre tratar a todos com bondade e generosidade, ter valores e princípios imutáveis independente de modismos, assim como acreditar apaixonadamente em si mesma e em seus sonhos

Em entrevista ao Estadão, Nathalia de Mesquita, psicopedagoga e fundadora da Escola de Princesas, ressalta que as alunas têm a oportunidade de aprender coisas para a vida toda. “Hoje em dia a gente vê que ou uma mulher só é focada em trabalho, carreira, e toda essa parte da família, das coisas do dia a dia, ficou para trás; ou às vezes a mulher a mulher só fica nessa de ‘vou ser uma boa mãe, uma boa esposa’, e sacrifica a carreira e a parte acadêmica. E por que uma mulher não pode ser completa? Por que eu tenho de abrir mão da minha carreira para ser mãe? Ela pode ser mãe, ela pode ter a carreira dela, ela pode ser dona de casa, ela pode ser o que ela quiser”, declarou Nathalia ao jornal.

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O problema é que nenhuma garota realmente poderá ser o quiser enquanto ela for ensinada que a forma como ela se veste ou se apresenta para a sociedade é mais importante que a sua capacidade e inteligência; ou enquanto a fizerem acreditar que as tarefas domésticas são apenas de responsabilidade dela; que existem papéis e funções “de menina” e “de meninos” – a Escola de Princesas, por sinal, não aceita garotos. Isso só reforça estereótipos que as mulheres vêm combatendo há anos, na luta pelo empoderamento feminino e por uma igualdade de gênero que ainda está longe de se concretizar.

 

 

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