Em Israel, casal salva bebês antes de morrer. Famílias vivenciam desespero
As crianças foram resgatadas com vida depois de 12 horas sozinhas em esconderijo. Veja relatos desoladores sobre a guerra, que se multiplicam na região
Não é de hoje que o conflito entre Israel e Palestina existe, mas, desde que os ataques do grupo palestino Hamas tiveram início no último sábado, 7, civis vêm sendo sequestrados e mortos – entre eles, idosos, mulheres, grávidas e crianças.
Em meio a tantas histórias que chamam a atenção da mídia internacional, está a de Itai e Hadar Berdichevsk, casal israelense que vivia em um kibutz (espécie de comunidade coletiva) com os filhos gêmeos, de 10 meses, próximo à Faixa de Gaza.
Ao notarem que membros do Hamas estavam entrando nas casas, Itai e Hadar esconderam os filhos em um bunker. Logo depois, a residência foi invadida e os pais foram mortos. De acordo com o site israelense Walla, as forças de segurança encontraram os bebês após cerca de 12 horas, ainda com vida, e os entregaram a uma avó.
No Twitter, o embaixador israelense na Colômbia, Gali Dagan, compartilhou a história: “Imagine o horror. Dois pais aterrorizados, fazendo tudo que podem para salvar seus filhos, que agora ficaram órfãos”, lamentou.
Itay y Hadar Berdichevsky, de 30 años.
Escondieron a sus hijos gemelos de 10 meses en el refugio mientras terroristas se infiltraban en su casa.
Itay y Hadar fueron asesinados brutalmente tras luchar con valentía contra los terroristas.
Los bebés se quedaron solos por más de… pic.twitter.com/9Ce2gOQJFg
— Embajador Gali Dagan (@galida12) October 9, 2023
Outro caso desolador é de uma mãe que compartilhou a conversa por aplicativo com a filha, logo depois que a garota viu, ao lado do irmão, o pai ser morto. Reut Karp postou em seu Facebook prints das mensagens trocadas. “Mãe, é Daria… Papai foi assassinado. Stav também. Socorro”, escreveu a menina. Stav era um colega do pai de Daria, Dvir. As crianças foram resgatadas depois por civis, relatou a mãe na rede social.
Os efeitos da guerra
O drama do conflito armado tem atingido famílias inteiras. São pais, filhos, avós que perdem a vida ou se mantêm em constante estado de alerta. A brasileira Aline Szewkies, guia turística em Israel, está grávida de nove meses e seu marido, israelense, foi convocado pelo exército. Em entrevista à Band News, ela comentou a situação. “O serviço militar em Israel é obrigatório tanto para homens como para mulheres. (…) Infelizmente, é a primeira vez que realmente isso foi necessário, então ele foi chamado no próprio sábado para se apresentar e está agora num dos frontes protegendo Israel”, relatou.
Aline está na reta final da gestação e segue em casa com o primogênito, de um ano e dez meses (escolas e creches foram fechadas em razão do conflito armado).
Já Rebecca Solomon, ex-repórter da TV de Nova York, estava presa em Israel com o bebê de oito meses, onde visitava familiares. “Fico com medo do que está por vir à noite”, relatou em seu perfil no Instagram. Em seguida, ela compartilhou com os seguidores que conseguiu voltar aos Estados Unidos. “Não foi fácil”, disse.
Destruição de famílias israelenses e palestinas
De acordo com a CNN, há crianças entre os reféns capturados pelo Hamas, espalhados por diferentes locais da Faixa de Gaza. Richard Hecht, tenente-coronel e porta-voz israelense, afirmou à rede de notícias que, além de soldados, “civis, crianças e avós” estão sendo mantidos em cativeiro.
No outro lado do conflito, parte de uma questão histórica extremamente complexa, a Defense Children Palestine afirmou que ao menos 91 crianças palestinas morreram no contra-ataque de Israel em Gaza. Segundo o jornalista Hassan Eslayeh, 13 membros de sua família – entre os quais, cinco crianças – foram mortas por um ataque aéreo israelense.