A relação que um pai tem com seus filhos é inexplicável: um misto de amor, proteção, cumplicidade, carinho e muito mais. Os momentos que eles compartilham merecem ser registrados e, a seguir, damos dicas de especialistas de como fazer isso – além, é claro, de mostrar algumas de suas mais lindas fotos.
O papel do pai
Segundo Irmina Walczak, fotógrafa do estúdio Panoptes Fotografia Criativa, as fotografias de pais e filhos de hoje em dia têm o caráter de quebrar os antigos estereótipos. “Há três mensagens muito importantes nessas fotos: que aquela coisa da mãe cuidar do lar e dos filhos e o pai sustentar a casa é coisa do passado; que os pais cuidam de seus filhos e exercem as tarefas diárias com mesmo empenho e habilidade que as mulheres; e que a ternura e o carinho fazem parte de qualquer relação de amor”, diz ela.
Dessa maneira, a fotógrafa Estéfi Machado busca a espontaneidade durante seus ensaios. “Acho sempre interessante mostrar momentos singelos da vida real”, ela conta, “sejam eles brincando, correndo, dormindo… são sempre momentos de muita cumplicidade”. A fotógrafa Marina Ushiro concorda: “Cada pai se relaciona de uma forma única com seus filhos. O importante é deixá-los à vontade para que o registro seja natural”, diz ela. “O mais importante é registrar a troca de carinho, as brincadeiras, olhares e gestos. O relacionamento entre pai e filho”.
Tímidez
Segundo Marina, alguns pais ficam acanhados com a ideia de fazer um ensaio fotográfico, mas o problema é facilmente contornável. “Eles iniciam a sessão meio tímidos, mas basta liberarmos uma brincadeira, algo mais divertido e eles se soltam”, conta ela.
Irmina acredita que os próprios filhos ajudam a descontrair. “Homens são mais envergonhados frente à câmera. Porém, quando se trata de fotos com filhos… eles se soltam por completo e parecem esquecer da nossa presença. Fazem de tudo para a brincadeira do momento ficar boa”, diz ela. Sobre fotos em que o bebê ainda é muito pequeno e frágil para brincar, Irmina sugere dar liberdade ao pai para escolher como quer ser fotografado. “Antes de sugerir qualquer pose ou atividade, é bom perguntar o que ele gosta de fazer com o bebê, onde costumam ficar juntos, qual é sua maneira preferida de segurá-lo”. Para a fotógrafa, essa simples pergunta já faz com que os pais deem ideias originais, além de ajudar a quebrar o gelo, deixando-os mais à vontade.
Pai, o primeiro protetor
Muitas fotos de pais com seus filhos mostram a relação de proteção que existe entre os dois. Para Irmina Walczak, uma das melhores maneiras de expressar isso é mostrando a diferença de tamanhos. “Nós buscamos explorar a diferença dos tamanhos de maneira que a ternura e a delicadeza do forte com o frágil entre em evidência, assim como o envolvimento do pai nos cuidados com o bebê”, conta ela. “A fragilidade e a delicadeza do bebê contrastam com o imponente corpo do pai. Mas a mesma grandeza, se bem explorada, pode passar a mensagem do carinho e da proteção através das mãos envolvendo o bebê, da pose de segurá-lo pertinho do corpo ou de um olhar expressivo em busca da conexão”.
Entrando na brincadeira
Nem sempre é o caso, mas a maioria dos pais gosta de fazer brincadeiras agitadas com seus filhos, e isso merece ser registrado. “Cada família tem um jeito, mas, no geral, as fotos com pais são mais vibrantes, têm mais movimento”, diz Estéfi.
Para Irmina, esses momentos são importantes de serem fotografados. “Se jogar o bebê para o ar, colocar ele de cabeça para baixo, correr com ele na corcunda faz parte do repertório das brincadeiras entre o pai e o filho, não deixe de fotografá-las”, diz ela. “Além de registrar uma parte lúdica da relação, vai ter oportunidade de eternizar sorrisos e gargalhadas dos dois lados”. A fotógrafa estimula, inclusive, que o pai participe das brincadeiras particulares dos pequenos. “Encoraje o pai a mergulhar no mundo da criança mesmo que isso signifique sair por aí fantasiado de fada”, ela brinca.
Além disso, propor as brincadeiras é uma ótima maneira de fazer com que pai e filho se soltem e se esqueçam da câmera. “É importante deixá-los à vontade para que o registro seja natural”, diz Marina Ushiro.
O pai e a barriga
Não é segredo que, para uma mãe, é mais fácil se relacionar com o bebê que ainda não nasceu – afinal, é dentro dela que ele está crescendo, se desenvolvendo e já estabelecendo uma relação de amor e conhecimento mútuo. Mas isso não significa que o pai também não tenha seu próprio relacionamento sendo construindo que aquele serzinho. “Como a gravidez é vivenciada mais à distância pelo pai, ele tem um cuidado ao tocar na barriga, um olhar de admiração para aquilo”, explica Estéfi Machado. “Isso aparece muito nas fotos. Minha dica é fotografar momentos espontâneos do pai se relacionando com a barriga”.