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Deixar o bebê chorar pode melhorar o sono dele e dos pais, diz pesquisa

Segundo estudo australiano, o método não traz prejuízos para o bem-estar emocional da criança.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 27 out 2016, 20h11 - Publicado em 1 jun 2016, 16h21

Basta colocar o bebê no berço para dormir que ele abre o berreiro. O primeiro impulso de muitos pais e mães é ficar ao lado do filhote ou segurá-lo no colo até que ele caia no sono. Além de ser um desespero ouvir o chororô do pequeno, estudos já demontraram que deixá-lo chorando sozinho pode causar traumas emocionais na criança ou até enfraquecer os laços familiares entre pais e filhos. Mas, de acordo com uma pesquisa da Universidade Flinders, na Austrália – publicada na edição de junho de 2016 da revista Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria -, esperar que a criança pare de chorar pode ser, na verdade, o melhor para que ela e os pais tenham uma noite de sono tranquila.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas recrutaram 43 bebês com idades entre 6 e 16 meses, todos com problemas para dormir. Os pequenos foram divididos em três grupos: uma das turmas recebeu o método que consiste em ignorar o choro da criança e esperar até que ela durma sozinha (os pais só podiam levantar para olhar os filhos em horários determinados); o treinamento do segundo time envolvia atrasar um pouco, a cada dia, o horário dos meninos e meninas irem para a cama, para que fiquem mais sonolentos; e o resto dos participantes não recebeu nenhuma instrução específica dos pesquisadores e atuou apenas como controle.

Os resultados demonstraram que os pequenos cujos pais não atendiam na hora do choro dormiam, em média, 13 minutos mais cedo e acordavam menos durante a madrugada quando comparados ao grupo controle. E nem os pais nem os bebês dessa turma apresentaram diferenças significativas nos níveis de estresse ou na força dos vínculos entre eles.

Os voluntários do time em que foi aplicada a técnica de dormir cada vez mais tarde também foram bem: os bebezinhos dormiam 10 minutos mais cedo do que aqueles que não receberam nenhum treinamento. No entanto, esse grupo não mostrou diferenças no número de vezes que acordava à noite.

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Longo prazo

Todas as crianças e suas famílias foram acompanhadas por um ano pelos estudiosos australianos. A ideia era avaliar se as técnicas teriam algum efeito negativo no comportamento ou no bem-estar emocional dos bebês a longo prazo. E olha só: os pesquisadores não encontraram qualquer alteração.

Apesar dos bons resultados da investigação, os experts ponderam que mais estudos são necessários para validar esses achados. Mesmo assim, eles esperam que esse trabalho ajude pais e mães que sofrem com a falta de sono de seus filhotes. “Agora, há mais evidências de que deixar o bebê chorar não é uma técnica prejudicial à criança”, diz o principal autor do estudo, Michael Gradisar. Se você tem dúvidas ou receios sobre esse assunto, converse com o pediatra para saber a melhor forma de fazer com que o seu pequeno (e você!) durma como um anjo a noite inteira.

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