No início de junho de 2015, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) suspendeu o registro de um modelo de berço dobrável da marca Burigotto após o caso de um bebê que morreu por asfixia em Minas Gerais, no início do ano. Em junho, um levantamento da PROTESTE Associação de Consumidores mostrou que a segurança ainda é um problema nos carrinhos vendidos no mercado brasileiro.
Por isso, antes de comprar produtos como esses, além de certificar-se de que tenham o selo do Inmetro, é fundamental avaliar se eles realmente são seguros. E isso pode ser feito a partir de testes e observações feitos na própria loja. A seguir, fique por dentro dos pontos fundamentais que devem ser levados em conta na hora de adquirir certos itens do enxoval.
Carrinho
Dados do Inmetro apontam que esse acessório foi responsável por 8,7% dos acidentes que envolviam itens para crianças ocorridos entre 2007 e 2012. Para evitar que isso aconteça com o seu filho, é importante atentar-se a alguns aspectos. O primeiro deles é o freio: ele precisa ser facilmente acessado pelo responsável (e não pela criança) quando ele estiver em pé. “Alguns carrinhos têm um sistema de freio muito bem feito, mas que é difícil de ser manuseado”, alerta a baby planner Juliana Lima, da concièrge Bem-vindo Bebê.
Outro ponto que deve ser observado é se o freio realmente para o carrinho. O Inmetro exige que, mesmo quando em uso, ao acionar esse mecanismo, o carrinho fique estático, ainda que esteja em planos inclinados e voltado para frente, para trás ou na posição lateral.
O cinto de segurança também precisa ser avaliado. Para garantir que o bebê fique bem preso, ele deve ter cinco pontas. Já o conforto do pequeno fica por conta das tiras acolchoadas.
Cheque também a cesta do carrinho – aquele acessório no qual podem ser colocados bolsas e outros objetos. Ela deve ser de fácil acesso, inclusive quando o carrinho estiver totalmente reclinado. “O que não pode ser feito é colocar a mochila ou a bolsa, por exemplo, no guidão, porque aí o carrinho pode virar”, indica a baby planner.
Outro ponto de segurança a ser analisado é se o carrinho tem furos nos quais a criança pode enroscar partes do corpo, ou áreas pontiagudas capazes de machucar.
Berço
Diversos pontos devem ser observados aqui. “No caso das grades, o vão entre elas não deve ser grande a ponto de a cabeça do bebê passar por ali”, diz Juliana Lima. Além disso, cheque se há um sistema de travas que impeça o pequeno de baixar as grades por conta própria.
O estrado do berço também precisa ser avaliado. “Ele tem que ser liso, de uma peça só”, recomenda a baby planner. Se preferir mandar fazer o móvel, garanta que não haja lugares onde o pequeno possa se machucar ou até prender alguma parte do corpo. “O melhor é optar por um modelo laqueado ou de fórmica”, indica Juliana.
Não se esqueça de prestar atenção ao colchão: segundo o Inmetro, a espessura dele deve ser tal que a altura interna (da superfície do colchão até a borda superior do berço) seja de pelo menos 480 mm na posição mais baixa do estrado e de no mínimo 180 mm quando a base estiver na posição mais elevada. Já o comprimento e a largura do colchão devem ser tais que o espaço entre ele e as laterais e as extremidades do berço não ultrapasse 30 mm.
Bebê conforto
Um dos primeiros pontos a ser analisados na hora de comprar o bebê conforto é o cinto: além de ter as cinco pontas, ele também deve ser acolchoado por dentro. “Muitos pais colocam uma almofadinha, mas ela pode sufocar a criança”, adverte Juliana Lima.
Certifique-se também de que o produto cabe perfeitamente no carro e no carrinho. “Muitos compram modelos excelentes fora do Brasil, mas que não encaixam”, relata a baby planner do Bem-vindo Bebê.
Ah, lembre-se de checar ainda se não há furos ou objetos pontiagudos que ameaçam o pequeno.
Berço desmontável
Segundo Juliana Lima, é fundamental que esse produto tenha estabilidade. “Ao montá-lo, ele precisa ficar firme”, diz. Daí a importância de fazer testes na própria loja. “Evite comprar por catálogos ou diretamente na internet”, orienta a baby planner.
Além disso, as barras que sustentam esse tipo de berço costumam ser de ferro e, por isso, precisam ser revestidas a fim de evitar que o bebê se machuque. Mas há outros detalhes que devem ser analisados. “Eles contêm uns bolsões e uma espécie de capuz que podem sufocar a criança”, explica Juliana. A recomendação é retirar esses adereços, principalmente quando nenhum responsável estiver por perto. “Se possível, opte por modelos mais simples”, afirma a profissional.
Cadeirão
Ele é usado por criança maiores, numa fase em que elas já conseguem se movimentar bastante. Por isso, é fundamental que o cadeirão seja estável. “Ele precisa ter um sistema que trave bem as pernas, de modo que elas não fechem enquanto a criança estiver sentada”, esclarece Juliana Lima. O Inmetro orienta ainda que o produto não tenha rodas e, se tiver, que elas não se movimentem durante o uso.
Outro ponto importante do cadeirão é o cinto de segurança: ele deve prender tanto o peito quanto as pernas do pequeno. “Por melhor que seja o modelo, ele é muito alto. Por isso, a criança nunca deve ficar sozinha”, alerta Juliana.
O encosto da cadeira também merece atenção: a criança deve ficar sentada, e não deitada ou reclinada.
Mais uma vez, verifique se há rebarbas ou partes cortantes visíveis.
Cadeirinha
Aqui, o cinto de segurança é o item que precisa de avaliação em dobro. “Normalmente, as cadeirinhas têm dois níveis de cinto. Por isso, é preciso se certificar de que ele trava direito e que não sai, mesmo que a criança puxe muito forte”, informa Juliana Lima. De novo, os modelos de cinco pontos são os que garantem a completa segurança do bebê.
Outra dica é checar se a cadeirinha cabe e encaixa bem no seu carro.
Canguru e sling
Esses dois acessórios servem para que papais e mamães carreguem seus filhos mais próximos a si. No caso do sling, não tem muito segredo: é preciso estar familiarizado com a montagem correta. O tecido também deve ser levado em conta – prefira os de algodão aos sintéticos.
Já o canguru merece mais atenção. “É primordial que tenha um apoio para o pescoço, a coluna, o bumbum e as pernas da criança”, diz Juliana Lima. Além disso, o acessório não pode ficar folgado, ele deve estar firme e ajustado.