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Reequilíbrio de energias e comportamentos: entenda a constelação familiar

Prática integrativa adotada pelo SUS em março de 2018 é capaz de trabalhar a harmonia entre membros da família em apenas uma sessão.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 4 fev 2020, 10h50 - Publicado em 28 jun 2018, 07h00

Não é raro quando pelo menos uma das pessoas de um núcleo familiar percebe que a energia entre seus membros está conflitante, o que interfere diretamente no relacionamento geral. Diante disso, há duas possibilidades mais comuns: empurrar e ver o problema estourar um tempo depois ou procurar ajuda especializada.

Um dos caminhos para o auxílio externo, além da terapia familiar, é a constelação familiar. A terapia alternativa foi criada nos anos 1970 pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, ganhou popularidade nos últimos tempos no Brasil e, desde março de 2018, faz parte das práticas integrativas do SUS (Sistema Único de Saúde).

Como funciona a constelação familiar?

De forma bem breve, a constelação familiar pode ser definida como a técnica de representação das relações familiares. Seu objetivo é identificar padrões e bloqueios emocionais que passam de geração para geração e trabalhá-los no sentido de chegar à harmonia entre quem está se sentindo incomodado com os relacionamentos atuais.

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Em uma sessão, funciona assim: a forma como pais e filhos, por exemplo, se relacionam é estudada pelo terapeuta, representada por meio de bonecos ou de outras pessoas e aberta para a análise dos envolvidos.

“A gente traz à consciência o que é mais inconsciente no comportamento das pessoas. Quando é colocado um observador na história, a energia muda”, conta Juliana Isliker, coach especializada em constelação familiar.

Analisando os próprios comportamentos, as pessoas conseguem enxergar onde é necessário afinar o modo de agir e o entrosamento e ficam mais abertas à intervenção pontual do terapeuta. “Tem que ter coragem para fazer, porque muitas verdades precisam ser encaradas”, alerta a coach.

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O papel da mãe e do pai na constelação familiar

Apesar de a teoria de Hellinger ressaltar muito a influência da mãe na energia dos filhos, Juliana conta que, na prática, a constelação familiar atribui 50% do peso à mãe e 50% ao pai. Ou seja, os dois precisam estar inteiros no entrosamento com os filhos e também entre eles.

Supermãe, “pai de fim de semana”, mãe e/ou pai que dão mais importância ao trabalho do que aos filhos não são papéis desejáveis na dinâmica familiar. E nem adianta se fazer de vítima em uma sessão de constelação familiar para tentar se justificar. “Olhamos muito para não cairmos na vitimização. Muitas vezes, uma das partes faz isso inconscientemente, para conquistar empatia e atenção. Isso prejudica os relacionamentos”, afirma a especialista.

A técnica defende que a forma como os filhos se relacionam com a mãe e com o pai é decisiva para que os pequenos tenham as energias equilibradas em suas vidas; para que eles cresçam com confiança e segurança; para que eles sejam prósperos, plenos e felizes. Por isso, vale a pena recorrer a ela quando sentir que algo precisa ser ajustado em casa.

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Constelação familiar
Alcançar o equilíbrio de energias e a harmonia familiar é o principal objetivo da constelação familiar (marctranvn/Thinkstock/Getty Images)

Alívio da culpa da mãe pela constelação familiar

Sabe aquela culpa que a maioria das mães sente o tempo todo? De não estar fazendo o suficiente, de não ser tão boa mãe quanto a própria mãe foi, de ter ficado tempo demais no banheiro quando estava em casa de folga? A constelação familiar também ajuda a trabalhar isso e aliviar o peso das costas das mulheres.

A consteladora destaca: “Toda mãe dá o seu melhor para os filhos naquele momento, naquela situação. Entra aí a questão de se aceitar e de sentir a vida mais leve.”

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E se uma das partes não quiser fazer a constelação familiar?

Não é o ideal – o melhor é que todos os que tenham algo a ver com a dinâmica e com os problemas estejam presentes na sessão de constelação familiar –, mas é possível trabalhar e mudar as energias da família com apenas uma das partes presente.

“A forma como passa a agir a pessoa que se analisou, que ouviu as frases e que mudou seu padrão de energia acaba mudando a energia e os modos da outra que não estava lá”, diz Juliana.

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Em alguns casos, no entanto, é até melhor que a parte que não está a fim não vá; segundo a coach, quem vai “arrastado” torna tudo mais difícil.

Geralmente, uma sessão de uma hora e meia de duração é suficiente para realinhar as energias e facilitar a harmonização dos membros de uma família. “O resultado pode ser imediato, sim. Não é racional, mas é facilmente perceptível que algo está diferente no campo da energia. É surpreendente”, finaliza.

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