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A descoberta sexual das crianças em cada faixa etária

A sexualidade – e o desenvolvimento dela – pode ser muito embaraçosa para alguns pais. Os adultos tendem a ver o sexo como coisa de gente grande. Enquanto isso, as crianças brincam apenas com a curiosidade, sem malícia. Entenda como esta descoberta acontece e saiba como lidar com cada fase.

Por Patricia Golini (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 15h43 - Publicado em 10 Maio 2015, 21h11
W6/Thinkstock/Getty Images
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Início suave

Segundo a psicóloga Mariana Ferreira, especialista em desenvolvimento sexual, todas as crianças devem passar por esta fase incipiente. A teoria desenvolvida pelo psicanalista Sigmund Freud, no século 19, diz que começamos a nos desenvolver sexualmente quando ainda somos meros bebês – e as mamadas são a primeira fonte de prazer dos pequenos.
 
Este é o primeiro período de descobertas, também conhecido como Fase Oral. Até um ano e meio de idade, as descobertas dos filhos raramente assustam os pais. Nesta época, o maior centro de prazer da criança está na boca. Tanto é assim que brinquedos, chupeta e até mesmo as mãozinhas e pés vivem sendo babados e mastigados.
 
“Este prazer que as crianças sentem ao levar as coisas na boca não tem nada a ver com relações sexuais. A satisfação está relacionada à forma como o corpo responde aos estímulos recebidos. Por exemplo, a criança liga o ato de sugar o seio da mãe com o fim da fome, que é uma sensação boa e acaba despertando o prazer e a curiosidade”, explica Mariana.

Descoberta pós-fralda

Quando as crianças se livram das fraldas – por volta dos dois anos, aprendem a controlar o xixi e o cocô. Então, o corpo dos pequenos passa a sentir prazer com esta novidade. Dessa vez, o prazer é impulsionado pelo estímulo que a mãe dá ao ver que o bebê aprendeu a fazer suas necessidades no banheiro. Ao descobrir que é possível ‘mexer’ com esta parte do corpo, o pequeno descobre um novo mundo.

“A criança começa a entender que se ela conseguir segurar o cocô será recompensada e acaba criando uma relação psicológica, estimulando e explorando os músculos dessa região”, explica Ricardo Monezi, professor de medicina comportamental da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp.

Brincadeiras

A partir dos três ou quatro anos a criança começa a explorar cada pedacinho do corpo e percebe em cada um deles uma sensação diferente. É neste momento que o pequeno acaba tocando o pênis ou a vagina e descobrindo que naquele lugar é possível sentir algo gostoso. Muitas vezes, isso acontece por acaso, quando, por exemplo, um brinquedo encosta na região. Não é possível dizer que se trata de desejo sexual, na verdade, é apenas uma curiosidade.
 
“A situação, muitas vezes, é desconfortável para os pais, pois lhes ensinaram que fazer isso era feio. Porém, precisamos aprender a não julgar os atos infantis com os olhos dos adultos. A criança não faz nenhuma associação com o sexo em si, ela apenas sente prazer com a ingenuidade de uma criança”, diz. 

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Então, haja jogo de cintura! Se o pequeno tiver o hábito de se tocar na frente das outras pessoas, apenas diga que aquilo é algo tão especial que deve ser guardado só pra ele, e que seria melhor se deixasse pra fazer em casa. “É importante não ser severo demais, nem condenar o ato, já que mais tarde ele pode se sentir culpado pela desaprovação dos pais. E isso refletirá lá na frente, em sua vida sexual quando adulto”, comenta Monezi.
 
Ainda nesta fase, as crianças descobrem as diferenças entre meninas e meninos. Daí, surgem beijos, uma série de perguntas sobre a origem dos bebês e as diferenças entre adultos e crianças. “Se ela tem idade para perguntar, ela terá idade para entender. O importante é falar de maneira didática e sem moralismo ou mentirinhas para não criar desconforto, tanto para os pais como para os pequenos”, orienta Mariana.
 
Outra dica é usar livros e jogos para ensinar às crianças um pouquinho sobre este desenvolvimento. “Nesta hora, é preciso usar uma linguagem infantil para não sexualizar a criança. A ideia é apenas sanar a curiosidade e fazer com ela se conheça melhor”, explica Monezi. 

Hora da calmaria

Muitos pais festejam quando esta época chega. A partir dos seis anos, o pequeno troca a exploração do seu corpo para conhecer o mundo. No período da alfabetização, os beijinhos entre amigos e o toque na região do pênis e vagina tende a diminuir. É dada a largada para o chamado período de latência, quando a criança volta toda sua energia para os esportes, amizades e aprendizagem.

A chegada dos hormônios

Com o início da puberdade – que para alguns começa aos 9 anos, a criança começa realmente a desenvolver sua sexualidade. E, nesta fase, conhecida como Genital, redescobre o prazer na região do pênis e vagina. Daí, é um passo para o amadurecimento sexual.

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