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Voz que adultos fazem para falar com bebês é similar ao redor do mundo

Estudo analisou sociedades distintas para comparar como adultos conversam com as crianças e concluiu que mudar o jeito de falar atravessa culturas

Por Carla Leonardi
16 ago 2022, 14h49
Mãe-conversando-com-o-filho
 (Ariel Skelley/Getty Images)
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Se você olha para um bebê e, quase irresistivelmente, muda a entonação da voz e o jeito de falar e cantarolar, saiba que essa reação às bochechas fofas do pequeno é não apenas comum, mas também parecida em diversos países e culturas.

Para a realização de um estudo publicado na revista científica Nature Human Behaviour, mais de 40 cientistas coletaram 1.615 gravações de 21 sociedades, e usaram computadores para analisar os traços que diferenciam a vocalização direcionada a adultos e crianças. Foram identificadas características como timbres mais “puros”, músicas mais suaves e um tom mais alto nas falas voltadas aos pequenos.

Posteriormente, essas gravações foram tocadas para mais de 51 mil pessoas de 187 países por meio da plataforma The Music Lab, e os ouvintes conseguiam identificar facilmente quais delas eram destinadas a crianças.

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Tatibitate global

“A vocalização humana para crianças se mostra como um forte estereótipo que atravessa culturas, mas esses efeitos têm magnitudes diferentes de acordo com as sociedades”, explica o principal autor do estudo, dr. Samuel Mehr, psicólogo da Universidade de Harvard que está em transição para a Universidade de Auckland, para onde levará o Music Lab.

Segundo Mehr, em todos os lugares pesquisados, as pessoas falam de forma mais aguda com as crianças, mas em algumas regiões a diferença de tom é muito maior do que em outras. Por exemplo, na Nova Zelândia, a alteração do tom é bem mais acentuada do que na Tanzânia, diz o especialista.

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A pesquisa abordou 18 línguas e sociedades distribuídas pela América do Norte, América do Sul, África, Europa e Pacífico. Além disso, analisou tanto grandes e populosas cidades, como Pequim, capital da China, quanto comunidades pequenas e até de caçadores-coletores, como Hazda, na Tanzânia.

Os dados coletados por esse estudo aguçam nossa curiosidade e, além disso, certamente irão contribuir para as análises das relações entre funções psicológicas e a evolução das comunicações humanas.

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