Tudo sobre birra infantil: o que é, quando começa e como lidar

Entenda melhor esse comportamento infantil

Por Redação Pais e Filhos
9 dez 2024, 12h00
criança fazendo birra
 (gahsoon/Getty Images)
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Quando seu filho entra em uma crise de choro, gritaria e frustração, muitas vezes com 2 anos de idade, ele provavelmente está na fase das birras. Comumente chamada de “Terrible Twos”, essa fase é natural no desenvolvimento infantil e não indica falta de educação ou “mimo”. Na verdade, é um sinal de que seu filho está aprendendo a expressar suas vontades e a lidar com frustrações. A seguir, exploramos as principais dúvidas dos pais sobre essa fase e como lidar com as birras de forma tranquila e construtiva.

O que é birra?

A birra é uma manifestação comum em crianças pequenas, que estão descobrindo seus desejos e vontades, mas ainda não têm recursos emocionais e linguísticos para expressar isso de maneira tranquila. Por isso, quando a criança recebe um “não”, é normal que ela reaja de forma intensa. Essa explosão emocional, apesar de desafiadora para os pais, é um sinal de que seu filho está crescendo e se desenvolvendo, testando limites e aprendendo a lidar com a frustração.

Quando começa e quanto tempo dura?

Geralmente, as birras começam por volta dos 2 anos de idade, podendo surgir um pouco antes, perto dos 18 meses. A fase mais intensa costuma passar aos 4 anos. Esse período, conhecido como a “adolescência da infância”, é comum, e faz parte do desenvolvimento da autonomia e da independência. Segundo a pediatra e neurologista infantil Gladys Arnez, essa fase é um processo de autoconhecimento para a criança, e embora seja intensa, costuma ser temporária.

Bebês também fazem birra?

Em bebês com menos de 1 ano, o choro é a principal forma de comunicação e não deve ser confundido com birra. Quando um bebê chora, geralmente está comunicando uma necessidade, como fome, sono ou desconforto. A birra é mais comum em crianças maiores, que já estão aprendendo a expressar desejos e a lidar com frustrações. Então, se o bebê chora, atendê-lo com acolhimento é a melhor maneira de confortá-lo e oferecer segurança.

Como lidar com a birra?

Lidar com a birra requer paciência e uma abordagem firme, mas não autoritária. O primeiro passo é deixar claro para a criança que o comportamento não é aceitável. Tente explicar, de forma calma e objetiva, que você não aprova a atitude. Uma estratégia eficaz é ignorar a birra enquanto ela acontece, para que a criança perceba que não conseguirá o que deseja com esse comportamento.

Sair do ambiente pode ser uma opção, mas é importante explicar o motivo para a criança entender que não se trata de um abandono, mas de uma pausa para que ambos possam se acalmar. Essa abordagem ajuda a evitar que o comportamento de birra se transforme em um hábito, já que a criança começa a entender que ele não resulta nos benefícios esperados.

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Como prevenir a birra?

Para prevenir as birras, os adultos que convivem com a criança precisam estabelecer limites consistentes. Se um dos pais cede às vontades e o outro não, a criança pode se confundir e insistir na birra para conseguir o que deseja. A melhor abordagem é manter uma postura firme e não ceder ao comportamento, para que ela entenda que as birras não são uma ferramenta eficaz.

Algumas ações práticas incluem não discutir diretamente com a criança durante a crise e, se necessário, colocá-la em um ambiente seguro, onde ela possa se acalmar. Quando a situação melhorar, converse com a criança sobre o que aconteceu, explicando por que o comportamento não é aceitável.

Birra ou transtorno opositivo desafiador?

A birra é um comportamento comum e temporário, enquanto o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) apresenta características mais intensas. Crianças com TOD não reconhecem regras e tendem a desafiar constantemente os limites, agindo de forma oposicional com frequência e sem motivo aparente. Além disso, essas crianças apresentam dificuldade em se responsabilizar por seus erros e mostram pouca empatia. Se a birra for constante e acompanhada de comportamentos desafiadores além da fase esperada, é aconselhável procurar orientação profissional.

Como estabelecer limites sem exagerar?

Os limites são essenciais para o desenvolvimento saudável da criança, mas é importante que sejam colocados de forma respeitosa e consistente. Dizer “não” quando necessário é uma forma de demonstrar amor e cuidado, pois ensina à criança que ela faz parte de um contexto familiar em que todos são importantes. A falta de limites pode levar a um comportamento mimado e a dificuldades em lidar com regras e frustrações.

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Evite trocar o bom comportamento por recompensas constantes, pois isso pode fazer com que a criança associe as boas ações a vantagens imediatas. É importante que o bom comportamento seja incentivado, mas sem que se torne um sistema de trocas.

Como lidar com a culpa parental?

Lidar com birras pode ser desgastante, e muitos pais sentem culpa quando não conseguem evitar ou resolver essas situações rapidamente. A criação de filhos envolve erros e acertos, e a culpa é comum. O importante é lembrar que educar requer paciência e consistência. Se as coisas não saírem como planejado, procure se perdoar e continuar oferecendo apoio e orientação para que a criança entenda os limites e desenvolva a resiliência emocional necessária.

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