Hora de largar a chupeta: dicas de como lidar a fase de maneira leve
Saiba como acolher seu filho durante essa mudança do desenvolvimento infantil

A chupeta é, para muitas famílias, uma verdadeira aliada nos primeiros anos de vida. Ela aparece como uma solução mágica para acalmar o choro, aliviar o desconforto ou simplesmente embalar o soninho gostoso dos bebês e crianças mais novas. É um objeto de conforto e segurança que faz parte da rotina de muitos lares ao redor do mundo. No entanto, por mais útil que ela pareça ser, o uso prolongado desse pequeno bico pode, com o tempo, trazer alguns desafios e até mesmo problemas de saúde que merecem atenção.
Especialistas na área de saúde infantil geralmente orientam que o momento de se despedir da chupeta deve acontecer por volta dos dois anos de idade. Existe uma razão importante para essa recomendação: é nessa fase que se busca prevenir o aparecimento de questões odontológicas indesejadas, como o desalinhamento dos dentes ou a alteração da mordida, que pode se tornar cruzada devido à pressão constante exercida pela chupeta na boca da criança.
Embora existam estudos que apontem um benefício inicial do uso da chupeta, como a possível redução do risco da Síndrome da Morte Súbita Infantil, por auxiliar a manter as vias aéreas desobstruídas, é fundamental ter em mente os riscos que acompanham sua utilização por um período extenso. Cientes desses possíveis impactos, muitos pais e responsáveis buscam as melhores maneiras de conduzir esse processo de retirada de forma tranquila, minimizando o desconforto para o pequeno.
Efeitos do uso da chupeta na vida da criança
O impacto do uso prolongado da chupeta é mais notável na saúde bucal. A pressão constante que a chupeta exerce sobre os dentinhos e no céu da boca da criança pode realmente modificar a estrutura, resultando em dentes que não se alinham corretamente e dificuldades na formação adequada da arcada dentária. Além das questões estruturais, a dependência da chupeta pode interferir diretamente no desenvolvimento natural e correto da fala. Considerando esses aspectos, planejar a jornada para ajudar a criança a abandonar esse hábito é um passo muito importante.
Como interromper o hábito da chupeta de maneira positiva
As melhores práticas sugerem que o processo deve ser adaptado, levando em conta a personalidade única e a rotina diária de cada criança. Começar a diminuir o tempo de uso em momentos de maior tranquilidade e segurança, como durante o dia, enquanto estão em casa e engajados em brincadeiras ou atividades calmas, pode ser um excelente ponto de partida. Essa abordagem passo a passo permite que a criança comece a se familiarizar com a sensação de ficar sem a chupeta em um ambiente que ela conhece e se sente protegida.
Para muitos, um método estruturado pode facilitar. Existe uma sugestão de preparo para a retirada total em um período de três dias, tornando a mudança mais clara e previsível para a criança.
No primeiro dia, a ideia é começar a conversar. Tenha um papo amigável e carinhoso com a criança sobre o fato de que ela está crescendo e que, como parte desse crescimento, algumas atividades podem ser feitas sem a ajuda da chupeta. É um momento de encorajar, de mostrar o quanto ela é capaz e independente.
O segundo dia é dedicado ao reforço dessa conversa inicial. Reitere o que foi dito no dia anterior, sempre com leveza e um tom positivo. Lembre-a, de forma consistente, que no dia seguinte a despedida da chupeta acontecerá. Manter a calma e a positividade é crucial nesta etapa de preparação.
Chega o terceiro dia, o momento da transição final. Para tornar esse dia especial e menos difícil, envolva a criança em um ritual divertido de despedida. Pode ser algo como juntar todas as chupetas em um recipiente para serem “recicladas” e transformadas em novos objetos ou brinquedos, ou qualquer outra ideia criativa que faça sentido para vocês. O importante é marcar o momento de forma leve e participativa.
É natural que, durante essa fase de adaptação, a resistência apareça. Podem surgir momentos de choro, frustração e tentativas de reaver a chupeta. Nesses momentos, ter estratégias alternativas à mão faz toda a diferença. Oferecer outro objeto que sirva de conforto, como um paninho ou um brinquedo macio para dormir, pode ajudar a substituir gradualmente a necessidade da chupeta. Além disso, usar explicações criativas, como a ideia de que as chupetas vão virar brinquedos novos para outras crianças ou algo parecido, pode ajudar o pequeno a aceitar melhor a mudança.
O que fazer no caso da criança voltar a chupar chupeta?
E as temidas recaídas? É possível evitá-las, mas exige firmeza e muita paciência por parte dos pais. Manter-se firme diante do choro e não ceder aos pedidos para pegar a chupeta de volta é fundamental. A consistência nesse controle ensina à criança, de forma clara, que mesmo que ela fique frustrada e chore, a birra não resultará no retorno do objeto de conforto. Com persistência e carinho, a criança consegue superar o desejo pela chupeta e se acostumar à nova rotina sem ela.
Embora o caminho do desmame possa apresentar seus desafios e exigir paciência, seguir essas orientações e adaptar o processo à realidade da sua família pode tornar a transição mais suave. Ao apoiar seu filho nesse passo, você contribui para o seu desenvolvimento saudável e para a construção de novos hábitos.