Criança com dor nos ossos? Entenda as ‘dores do crescimento’
Dor que parece afetar a estrutura óssea dos pequenos é real, mas não acontece no esqueleto nem há comprovação de que esteja ligada ao crescimento
Pode ser que sua criança chegue ao final do dia reclamando de dores nas pernas. E é bem provável que você mesmo tenha memória de ter sentido algo parecido nessa idade. As “dores do crescimento” são algo bem real, conhecido dos médicos e recorrente na infância – mas sua explicação é menos óbvia do que parece.
Entenda melhor sobre elas.
Afinal, o que são as dores do crescimento?
Essas dores costumam acontecer nas pernas e são mais sentidas no período da noite. Pela idade em que ocorrem e pelo local que afetam, é comum pensar que elas seriam uma “dor nos ossos” relacionada diretamente ao crescimento do corpo. A surpresa é que não há evidências científicas de uma coisa nem outra.
Embora a dor de fato ocorra, o conhecimento médico atual sustenta que ela não tem relação direta com uma mudança na estrutura óssea. A hipótese mais forte é que ela esteja relacionada a um uso maior das pernas nessa fase da vida, devido a atividades físicas mais intensas que a criança faz, muitas vezes sem perceber, quando está brincando — como correr, pular e subir em alguma coisa.
Seria essa a razão, também, de a dor ser mais comum nos membros inferiores e aparecer apenas no final do dia, quando o corpo finalmente para e a fadiga vem.
Quando devo me preocupar?
Na grande maioria dos casos, essas dores não exigem preocupação nem tratamento. O normal é que elas ocorram no final do dia e já tenham passado quando a criança desperta na manhã seguinte.
A preocupação deve surgir somente quando a dor for persistente e incapacitante, isto é, quando o incômodo continua sendo sentido ao longo do dia todo e chega a afetar a capacidade da criança de andar e fazer outras atividades físicas que normalmente conseguia.
Nessas situações, o indicado é levar os pequenos a um ortopedista pediátrico. Com base nos sintomas e em exames de imagem, como um raio-x, ele pode indicar o que está acontecendo — desde uma fratura que não havia sido percebida até um eventual problema de postura, como o uso de calçados inadequados, por exemplo.