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Casa Clã: educação com respeito é uma mudança que começa pelos pais

Camila Menon e Maya Eigenmann batem um papo especial no terceiro dia de evento sobre a criação dos filhos. Confira!

Por Carla Leonardi
Atualizado em 28 mar 2023, 15h33 - Publicado em 10 mar 2023, 18h27

“A criança vai continuar a ser criança. A primeira mudança vai acontecer em nós, adultos”, afirmou Maya Eigenmann (@maya_eigenmann), autora do livro A Raiva Não Educa. A Calma Educa, no talk Bem-estar parental e infantil: o caminho da educação com respeito, que aconteceu nesta sexta-feira, 10, na Casa Clã. Ela esteve muito bem acompanhada por Camila Menon, da @educarepreciso, conversando com uma plateia de mulheres sobre educação com respeito, tema tão importante para os dias atuais.

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“As pessoas querem um resultado muito rápido e se esquecem de que estamos criando as bases”, iniciou Camila, ao falar sobre esse assunto que, às vezes, é visto por pais e cuidadores como uma fórmula mágica. “Em quanto tempo meu filho vai parar de gritar?”, por exemplo, é uma pergunta que não cabe. “Se a pessoa vai com essa mentalidade de esperar um resultado rápido, não funciona”, alerta a especialista em primeira infância.

E em tempos de comunicação instantânea e pressa para tudo, entender que se trata de um processo longo e duradouro pode não ser simples, mas é essencial, até mesmo para evitar a ideia imediatista de que “se não deu resultado rápido, não funciona”.

“Ninguém ensina a gente a pensar desse jeito”, pondera Camila, ao falar sobre a educação que recebemos durante a infância e as ferramentas e informações limitadas que nossos pais tinham décadas atrás. Mas se agora, com tanto conhecimento e estudos disponíveis, podemos criar filhos mais saudáveis emocionalmente, partindo sempre do respeito, por que não?

Acolher nossa criança interior

Maya afirma que a educação com respeito “não é só um achismo, existe uma ciência, mas ainda assim tem muita resistência em relação a esse assunto”. A educadora parental explica que esse é um processo que começa pelo autoconhecimento – só somos capazes de não transmitir os nossos próprios traumas quando conseguimos reconhecê-los.

E esses traumas, diz Camila, não precisam ser algo tão explícito. “Um trauma [que vem da infância] pode ser simplesmente não ter facilidade para lidar com as emoções ou para falar com a família”, exemplifica. Uma criança que tem o choro reprimido, afinal, pode se tornar um adulto incapaz de lidar com as próprias emoções. É por isso que a primeira infância é tão importante – e que deveria exigir de nós, adultos, um olhar muito mais carinhoso e compreensivo.

Claro que, para ter esse olhar carinhoso, acolher a nossa criança interior é tão importante – e não há meios de fazer isso sem muito autoconhecimento. Segundo as convidadas, a terapia é um caminho. “Os meus filhos não devem pagar o preço por uma dor que eles não causaram”, alerta Maya.

Da esquerda para a direita: Camila Menon, Juliana Costa e Maya Eigenmann
Da esquerda para a direita: Camila Menon, Juliana Costa e Maya Eigenmann (Bebê.com.br/Bebê.com.br)

A regulação emocional

Um ponto essencial trabalhado pelas participantes do talk foi a dificuldade que temos para reconhecer aquilo que é nosso e aquilo que é da criança. Será que aquela situação de estresse foi mesmo causada pelo pequeno fazendo bagunça na sala de casa ou sou eu que estou com muitos problemas no trabalho e transfiro para ele o peso do meu incômodo?

Camila explica que é justamente por isso que um mesmo comportamento da criança pode ter efeitos tão diferentes a depender do contexto. A questão é que, se somos os adultos, cabe a nós a regulação emocional, e não aos pequenos fazer isso sem ajuda e amparo. “É o nosso trabalho que vai ajudar a criança a desenvolver os pontos de que ela precisa”, diz a especialista.

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Dar as condições para a criança se desenvolver

Maya aponta a epigenética – campo de estudos que investiga de que forma o ambiente pode provocar profundas transformações no ser – como questão importante na formação do indivíduo. “Nós precisamos de um ambiente ideal para desenvolver nossas habilidades da melhor maneira possível”, diz a educadora parental, destacando que a sociedade é construída historicamente para agradar os adultos. Desde políticas públicas (como a licença-maternidade de poucos meses, quando comparada a países que dão até 2 anos, por exemplo) até a cultura socialmente arraigada, em geral, são as crianças que precisam se adaptar.

Vale lembrar, porém, que com os pequenos, deve vir também uma mudança de perspectiva. “A partir de quando você tem um filho, não é mais só sobre você”, pontua Camila. Mas nem por isso o processo precisa ser ainda mais difícil do que já é. Segundo Maya, algumas pessoas entendem que a educação com respeito traz mais culpa à mãe, mas é justamente o contrário: quando se entende que a criação dos filhos não se trata de uma habilidade inata, mas de uma construção que vem a partir do conhecimento e do estudo, a cobrança sobre si mesma fica muito menor, possibilitando uma relação de ainda mais afeto e compreensão.

Casa Clã

A Casa Clã acontece na Casa Higienópolis (Av. Higienópolis, 758) até o dia 11/3. O evento é promovido por Bebê, CLAUDIA, Boa Forma e Elástica, e reúne uma série de convidadas mulheres muito especiais para celebrar e discutir assuntos do universo feminino. Veja aqui a programação!

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