Chá de bebê revelação: a descoberta do sexo do bebê
Menina ou menino? Especialista em reprodução humana, obstetra conta como foi vibrar com essa notícia ao lado da esposa.
Passada a euforia inicial de ver o teste de gravidez positivo e o primeiro ultrassom mostrando o bebê com batimentos cardíacos, eu e a minha esposa ficamos ansiosos para saber qual o sexo desse novo ser que chegará para completar a nossa família.
Sabemos que muitos ensinamentos são iguais para ambos os sexos, mas outros têm sua peculiaridade de acordo com o gênero. Por exemplo, se vier um menino, vamos ensinar a respeitar as mulheres e tratá-las da mesma forma que gostaria que a sua mãe fosse tratada. Se nascer uma menina, que ela seja educada e incentivada a ser o que quiser, sem os machismos impostos pela sociedade.
Atualmente, para os mais ansiosos (como eu e a Renata), há a possibilidade de fazer a sexagem fetal a partir de 8 semanas da gestação. Por meio desse exame de sangue, realizado pela mãe, é possível acertar com 99% de precisão o sexo da criança. Isto porque ele procura identificar o cromossomo Y, que é exclusivo do sexo masculino, ou seja, presença dele indica que o bebê é um garotinho e a ausência mostra que é uma garota.
O teste não é indicado em caso de gestação de gêmeos, pois pode não apontar com precisão essa informação (apenas se forem 2 meninas, a ausência do cromossomo Y daria a certeza). Para descobrir o sexo durante o exame de ultrassom, com cerca de 12 semanas é possível fazer uma estimativa com 70% de acerto, mas somente após 16 semanas essa questão se torna facilmente identificada.
Voltando para a nossa história, decidimos realizar um chá de bebê revelação para ter mais emoção. Depois que a Renata fez o exame, a única pessoa que teve acesso ao resultado foi a irmã dela que, ao descobrir o sexo, preparou a brincadeira para fazer a surpresa. Esse evento foi muito divertido: os convidados davam os seus palpites, faziam as suas previsões e confesso que a minha ansiedade só aumentava.
Enfim, estouramos o balão e descobri que meu mundo será mais cor de rosa ainda! Teremos uma menina que será educada para ser doce, mas também forte e determinada para ir atrás de seus sonhos. Felizmente, nossa filha nascerá em uma época em que a igualdade de gênero está sendo mais discutida e, quem sabe, daqui a alguns anos as mulheres terão os mesmos direitos que os homens.
No fim da festa, fiz um pequeno discurso para a minha pequena:
Prometo usar rosa, amarelo, vermelho, lilás e todas as cores do arco-íris se você quiser
Prometo desfilar numa passarela, dar rodopios, seguir em frente em olhar para trás
Prometo ser o sapo, o príncipe, o super-herói que vai te proteger
Prometo ler livros, contas histórias fazendo a voz dos personagens
Prometo vestir qualquer fantasia só para te encantar
Prometo ser o paciente, o médico, o mocinho ou o vilão da sua imaginação
Prometo dançar qualquer música, seja lá qual for
Prometo ser seu diário que vai guardar todos os seus segredos
Prometo pintar o rosto, fazer caretas e te fazer sorrir
Prometo ser o sapato alto que vai te guiar para você brilhar
Prometo estar sempre na primeira fila para te aplaudir
Prometo estar te esperando sempre que voltar
Prometo te amar, te amar e te amar
No próximo texto, abordarei outra grande ansiedade dos pais: será que o meu filho está se desenvolvendo bem? Falarei sobre os exames que rastreiam as síndromes cromossômicas e quando eles devem ser realizados.
É graduado em medicina pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM), membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP), co-autor/colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da SBRH e autor do livro ”Ginecologia e Obstetrícia – Casos clínicos” (2013). É diretor clínico e sócio-fundador da clínica de reprodução humana Mater Prime, de São Paulo.