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Coisas de Dinda

Manuela Macagnan (@manuelamacagnan) é jornalista e escritora - mas a função preferida dela é ser madrinha da Caetana e do Heitor

De onde surgem as madrinhas?

Entenda como essa importante e antiga tradição nasceu e foi se transformando ao longo do tempo

Por Manuela Macagnan
Atualizado em 26 jul 2023, 13h45 - Publicado em 12 fev 2023, 14h00
close nas mãos dadas de uma criança e uma mulher
 (PeopleImages/Getty Images)
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Oi, meu nome é Manuela (@manuelamacagnan), sou jornalista e escritora, mas o meu cargo preferido é ser dinda da Caetana e do Heitor. Quero que esta coluna – que está começando hoje, com um frio na barriga -, seja um lugar quentinho, de muitas trocas e histórias gostosas.

Vou contar sobre a minha vida com essa dupla dinâmica, nossa convivência e nossas experiências juntos. E espero, assim, que mais e mais dindas tenham vontade de construir relações duradouras, com bases bem sólidas, com essa criançada que alegra tanto a nossa vida!

Agora que já me apresentei, deixa eu contar como surgiram as madrinhas e os padrinhos, uma tradição tão importante quanto antiga. Estudando sobre o assunto, descobri que o papel de padrinhos e madrinhas começou no século 2 d.C., com a popularização dos batismos infantis. Como os bebês não conseguem afirmar a fé cristã em voz alta, tornou-se necessário que algum adulto fizesse as vezes de porta-voz, atuando entre o padre e a criança.

duas fotos, lado da lado, de uma mesma mulher abraçada a crianças diferentes, um menino e uma menina
Manu, Heitor e Caetana (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Lá no início, os próprios pais se encarregavam dessa tarefa. Mas a tradição começou a mudar no século V, quando Santo Agostinho sugeriu que outros indivíduos poderiam desempenhar esse papel. A ideia pegou, e essas pessoas começaram a ser chamadas de “pais espirituais”. Com o passar dos séculos, virou regra: em 813, a Igreja Católica proibiu que pais biológicos atuassem como padrinhos.

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Chamar alguém de fora da família para apadrinhar seu filho significava construir vínculos para além das suas relações habituais – algo incentivado pela Igreja. Ser padrinho, então, virou sinônimo de prestígio. Mostrava que a pessoa era um bom amigo dos pais, alguém de confiança. Era, também, uma ação estratégica: os pais poderiam eleger desde parceiros de negócio (para estreitar laços) a membros de famílias rivais (para apaziguar rixas). E, além disso, artesãos e comerciantes também podiam ensinar o ofício aos seus afilhados.

Com o tempo, surgiram novas regras e costumes, de acordo com outras religiões e tradições. O papel dos padrinhos é, hoje, menos o de um guia da educação religiosa – e mais o de uma figura de apoio para a vida toda. Isso significa ajudar na educação, estar próximo para ouvir, orientar e auxiliar no que for preciso. Em alguns países, os padrinhos podem até ter responsabilidades legais, como cuidar dos filhos em caso de morte dos pais.

Você conhecia essa história? Que tal enviar para a madrinha do seu filho?

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