Continua após publicidade

Após embarcar criança em voo errado, GOL pede desculpas

“Gostaria de enfatizar que estamos muito desapontados, todos nós da GOL e eu, além de vice-presidente de Operações, como pai e avô", declarou Sérgio Quito.

Por Luísa Massa
5 dez 2016, 20h18

No último sábado, 3, Wanderson Romão usou o Facebook como forma de protesto para relatar o que aconteceu com o seu filho. O menino de 6 anos, que mora atualmente no Rio de Janeiro com a mãe, iria visitar o pai na cidade de Vitória no fim de semana. Como essa seria a primeira viagem de avião que a criança faria sozinha, o professor pagou uma taxa extra para que ela recebesse assistência adequada. Só que, por conta de uma falha da companhia aérea, ela não chegou ao destino correto.

“Meu filho foi deixado pela mãe no aeroporto de Galeão às 16h e entregue aos funcionários da GOL. Nele foi colocado toda a documentação necessária: identidade, passagens e o documento do juiz que permitia que ele viajasse sozinho apenas para os estados de ES, SP e RJ, onde temos familiares”, explicou o pai na rede social. Quando foi buscar o pequeno no aeroporto, ele teve uma surpresa desagradável: percebeu que a criança não tinha saído do avião e sequer havia embarcado no voo informado.

Wanderson ficou desesperado com o sumiço e afirmou que aquelas foram as piores horas da sua vida. Ele começou uma busca para descobrir onde o pequeno realmente estava, mas ao entrar em contato com os funcionários da GOL e INFRAERO, não recebeu nenhuma ajuda. Por isso, decidiu acionar um agente da Polícia Federal: “Veio então o delegado do aeroporto de Vitória que entrou no Voo 2160 e não encontrou a criança. Liguei para mãe para dar a notícia: ‘Joyce, a GOL sumiu com o nosso filho’. Veio então o desespero. Ela imediatamente foi para o Galeão tentar localizar o nosso filho. Ninguém estava acreditando, a vó da criança, eu, a mãe, meus amigos. O mundo caiu! Veio a tragédia de Chapecó imediatamente em minha cabeça”, escreveu.

Somente após uma hora, o professor recebeu a notícia de que o pequeno havia desembarcado em Curitiba, no Paraná, mesmo sem autorização judicial. “O que era para ser um voo de 45 min se transformou em um voo de 1h e meia e um filme de terror! A criança estava com medo, havia chorado durante o voo de ida. Lembra do acompanhante da GOL e da taxa extra? Não existia acompanhante”, relatou Wanderson.

Após a confusão, ele contou que a companhia área sugeriu que a criança embarcasse para Vitória fazendo conexão no Rio de Janeiro. Pensando no desgaste emocional do pequeno e na irresponsabilidade da empresa, o pai negou a proposta: “Meu filho está bem! Já está em casa, com a mãe. Mas eu continuo aqui em Vitória, sem montar minha árvore de Natal, sem irmos ao Papai Noel e sem vê-lo sorrir, feliz e junto com os priminhos. Aliás, qual o pai que não quer o filho do lado no dia do seu aniversário? Ele não vê a família do pai há mais de um ano, pois estava fora do país”.

No fim do texto, Wanderson comentou com indignação o episódio: “Nunca vi um ser humano tão inocente, puro, ser tratado com tanto desprezo, despreparo, irracionalidade como uma espécie de MALA, que simplesmente foi EXTRAVIADA”. O post gerou grande repercussão na rede social e atingiu até agora mais de 280 mil curtidas, 128 mil compartilhamentos e 81 mil comentários.

Continua após a publicidade

Resposta da companhia aérea

No último domingo, 4, a página do Facebook GOL Linhas Aéreas Inteligentes publicou um vídeo do vice-presidente de Operações, Sérgio Quito, comentando o caso. “Eu vim até vocês com um pedido de desculpas. Desculpas, principalmente aos pais e à criança que nós embarcamos erroneamente na última sexta-feira na nossa operação no Rio de Janeiro, no aeroporto internacional”, disse Quito.

Ele não esclareceu por qual motivo a companhia cometeu a falha, mas disse que, após chegar em Curitiba, a criança retornou imediatamente e esteve o tempo todo assistida por funcionários – diferente do que foi relatado pelo pai. “Eu quero também dizer que nós já entramos em contato com os familiares, falamos com a mãe, falamos com o pai. Nós pudemos dispor de toda a nossa assistência, tudo aquilo que estiver ao nosso alcance nas necessidades, tudo o que a família precisar – tanto o pai quanto a mãe”, afirmou o vice-presidente.

Sérgio Quito também enfatizou que toda a equipe está frustrada com a situação: “Gostaria de enfatizar que nós estamos muito desapontados, todos nós da GOL e eu, além de vice-presidente de Operações, como pai e avô. E mais uma vez eu enfatizo que nós pedimos desculpas por esse ocorrido”.

Até o momento, o vídeo postado pela companhia aérea recebeu mais de 125 mil visualizações e mais de mil comentários. Algumas pessoas escreveram na rede social para elogiar a postura da GOL, enquanto outras opinaram que o pedido de desculpas não foi suficiente.

Wanderson Romão, o pai do menino que embarcou erroneamente, também se pronunciou. No seu perfil do Facebook, ele questionou a conduta da empresa:  “Como um voo saiu de Rio/Vitória com um menor desaparecido? A tripulação da GOL não tem esse controle? Os comissários não conferiram a documentação? Aliás, assistido é diferente de acompanhado, certo?”.

Continua após a publicidade

O professor também disse que existem várias histórias como a dele e que a companhia só assumiu o erro neste caso porque ele se manifestou publicamente. “Tenham mais respeito, educação, segurança e responsabilidade com as famílias de todos! Inclusive a de menores desacompanhados. Vocês atingiram a única coisa que eu tenho de mais importante na vida, meu filho e minha família. Tratem melhor o filho dos outros… Com muito amor, igual vocês tratam seus filhos e netos”, escreveu o pai.

Assista ao vídeo do representante da GOL:

Confira o post de Wanderson Romão na íntegra:

Continua após a publicidade

Publicidade