Vacina BCG: por que é tão importante para o bebê?

Entenda mais sobre a vacina que protege contra formas graves de tuberculose

Por Redação Pais e Filhos
2 fev 2025, 07h00
Bebê vacinando / vacina / vacinação
 (Freepik/Reprodução)
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A vacina BCG, conhecida por deixar a famosa marquinha no braço, é uma das primeiras vacinas que o bebê recebe, geralmente ainda na maternidade. Essa vacina é fundamental para prevenir as formas mais graves de tuberculose, como a meningite tuberculosa e a tuberculose disseminada.

A sigla BCG se refere ao Bacilo Calmette-Guérin, usado para produzir a vacina. Criada em 1921, ela faz parte do calendário oficial de vacinação no Brasil e deve ser aplicada, preferencialmente, nos primeiros dias de vida, mas pode ser dada até os 4 anos de idade.

Por que a BCG é tão importante?

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que atinge principalmente os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos. A vacinação precoce é essencial porque os bebês têm maior chance de desenvolver a doença de forma grave.

A chance de um bebê infectado pelo bacilo desenvolver a tuberculose é de 50%. Em adultos, esse risco cai para 10%. A vacina não impede que a pessoa contraia a doença, mas reduz significativamente as chances de complicações graves.

Sintomas da tuberculose em crianças

Os sintomas variam de acordo com o órgão afetado. A forma pulmonar, que é a mais comum, costuma causar tosse persistente, febre no final do dia, falta de apetite e emagrecimento. Em bebês e crianças pequenas, os sinais podem incluir febre inexplicável, dificuldade para mamar, agitação e dor ao dobrar o pescoço.

Nos casos graves, a tuberculose pode evoluir para meningite tuberculosa ou se espalhar pelo corpo, causando uma infecção generalizada. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais.

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O impacto da BCG na prevenção

Desde a introdução da BCG, os casos graves de tuberculose em crianças se tornaram raros. No entanto, a doença ainda é um desafio no Brasil, que registra cerca de 75 mil novos casos por ano, ocupando a lista dos 22 países com maior número de casos no mundo.

A vacina protege especialmente crianças pequenas, que têm o sistema imunológico mais vulnerável. Embora a tuberculose esteja frequentemente associada a condições de vida precárias, qualquer pessoa pode ser infectada ao inalar gotículas de saliva contaminadas expelidas pela tosse de alguém com a doença ativa.

E se a vacina não deixar a marquinha?

A famosa cicatriz que aparece no braço após a aplicação da BCG é um sinal comum de que a vacina foi aplicada corretamente. No entanto, nem todas as crianças desenvolvem a marca e isso pode ocorrer por dois motivos: o organismo pode não formar quelóides (cicatrizes) ou a vacina pode ter sido aplicada de forma inadequada. Se a criança não apresentar a marquinha até os 6 meses de vida, é recomendado consultar o pediatra para avaliar a necessidade de uma nova dose. Após esse período, reaplicar a vacina não traz mais benefícios.

Mudanças na aplicação do reforço

Até 2006, algumas regiões do Brasil, como Minas Gerais, recomendavam uma dose de reforço da BCG para crianças entre 6 e 14 anos. Estudos, no entanto, mostraram que o reforço não reduzia os novos casos de tuberculose, já que crianças nessa faixa etária já possuem uma resposta imunológica semelhante à dos adultos.

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Contraindicações para a vacina

A BCG tem poucas contraindicações, mas algumas situações exigem atenção:

  • Bebês com menos de 2 quilos devem esperar ganhar peso para receber a vacina.
  • Crianças com imunodeficiências graves ou infectadas pelo HIV, que apresentem sintomas, podem não ser vacinadas, a menos que o pediatra indique.
  • Doenças de pele ou uso de medicamentos que comprometem o sistema imunológico podem adiar a vacinação, que deve ser feita assim que essas condições forem resolvidas.

A BCG é essencial para a saúde do bebê

A vacina BCG é uma aliada indispensável na prevenção de formas graves da tuberculose. Embora o Brasil ainda enfrente altos índices da doença, a imunização precoce ajuda a proteger as crianças, reduzindo os riscos e fortalecendo a saúde coletiva.

Consultoria: pneumologista Marcus Conde, professor da UFRJ

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