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Torcicolo congênito: entenda esse problema

A cabeça inclinada do bebê pode ser algo mais sério do que você imagina. Saiba mais!

Por Carla Leonardi (colaboradora)
Atualizado em 17 mar 2017, 14h06 - Publicado em 14 mar 2016, 14h49

Talvez você já tenha visto alguns bebês com poucos meses de vida com a cabecinha inclinada para um dos lados, sem mudar de posição. Embora isso até pareça um charminho a mais dos pequenos, pode ser sinal de um problema ortopédico pouco conhecido, mas que corre o risco de se tornar bem sério se não for tratado: o torcicolo congênito.

“Trata-se de uma malformação em que a criança nasce com um músculo do pescoço com uma retração ou uma fibrose, o que faz com que a cabeça dela fique caída para o lado. E esse problema pode ter diferentes graus, desde os mais leves até aqueles que demandam mais atenção”, explica Agnaldo de Oliveira Jr., ortopedista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, na capital paulista, e ortopedista pediátrico do Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (FMUSP).

Possíveis causas

Embora ainda não se saiba ao certo o que provoca a malformação, há algumas hipóteses consideradas pela comunidade médica. As principais delas são: hereditariedade, mau posicionamento do bebê dentro do útero e até mesmo uma interrupção do fluxo sanguíneo no músculo esternocleidomastoideo, que fica na lateral do pescoço e pode sofrer um encurtamento ou uma fibrose – processo que causa o enrijecimento muscular, limitando os movimentos do pequeno.

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Vale destacar que apenas o pescoço tortinho – tão comum em bebês – não indica, necessariamente, a presença de um torcicolo congênito. “O que acontece mais é uma pequena deformidade que, quando examinada, se mostra mais leve. Ao mexer na cabecinha da criança, virando-a para um lado e para o outro, dá para perceber que ela não tem uma grande resistência porque o músculo não está comprometido”, esclarece Agnaldo. De qualquer forma, os pais devem procurar um especialista caso observem que a cabeça do filho costuma ficar mais caída para um dos lados.

O ortopedista alerta ainda para a necessidade de, uma vez feito o diagnóstico, averiguar se o bebê não tem outras questões associadas ao torcicolo: “É preciso investigar se não há alguma outra malformação, como cardíaca ou pulmonar, por exemplo. Se houver ainda uma malformação óssea nas vértebras, o prognóstico pode piorar bastante”.

Como tratar

O torcicolo congênito deve ser avaliado individualmente, por isso o tratamento vai depender de cada caso. “Se for um grau mais leve, a fisioterapia pode ajudar ao fazer um movimento contrário à deformidade. Porém, se o problema for mais grave, só poderá ser corrigido por meio cirúrgico”, revela o especialista.

No caso da fisioterapia, a quantidade e a frequência das sessões serão indicadas de acordo com o comprometimento do músculo. E o ideal é que ela seja realizada até o primeiro ano de vida do pequeno – embora não exista uma idade mínima para começar, sabe-se que o diagnóstico precoce ajuda bastante nesse processo. “Quanto antes os pais procurarem ajuda médica, mais fácil será corrigir o problema”, recomenda o ortopedista.

O acompanhamento dos pais em casa também é essencial para a eficácia e rapidez do tratamento. Eles devem prestar atenção à postura do bebê, corrigindo o posicionamento da cabecinha na hora do sono e da amamentação, por exemplo. Os médicos também podem orientá-los a fazer alongamentos e uso de calor superficial no músculo comprometido.

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É importante lembrar que, se o torcicolo não for corrigido, a deformação acompanhará a criança por toda a vida e ficará cada vez mais difícil de ser revertida.

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