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Surtos escolares de gripe aumentam nessa época de ano, saiba como prevenir

Casos de H1N1 e H3N2 já começaram a ficar mais frequentes pelo país e vacina é a melhor maneira de evitar que eles aconteçam.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 29 Maio 2019, 14h28 - Publicado em 29 Maio 2019, 13h55

De repente, todos os alunos da sala passaram uma semana sem ir à escola por estarem gripados. Se isso não aconteceu com seu filho, ao menos você já ouviu um relato do tipo esse ano. É que os surtos da doença crescem mesmo nessa época, e o ambiente escolar é perfeito para o vírus se proliferar, pois as crianças estão entre as maiores transmissoras do vírus influenza, que provoca a doença.

Os relatos de surtos que se espalham atribuem os episódios ao H1N1, um tipo de influenza, mas não é só ele que preocupa. “Esse ano, temos os três subtipos em circulação, o H1N1, H3N2 e o B, este em menor proporção, mas o tratamento é praticamente igual para todos, assim como a atenção para os riscos de complicação”, destaca Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Na maior parte dos casos, a gripe é uma doença que incomoda bastante por alguns dias, depois vai embora sem grandes repercussões para o corpo. Mas, como também pode se agravar e provocar quadros como pneumonia e insuficiência respiratória, precisa ser acompanhada por um médico e, de preferência, prevenida. A melhor maneira de fazer isso é com a vacinação anual, disponível na rede pública. A campanha de vacinação termina sexta-feira, dia 31, e ainda não atingiu sua meta.

Vacina para as crianças

Dos seis meses aos cinco anos, elas podem tomar a trivalente contra a gripe, que protege de três tipos de influenza, em postos de saúde. Na rede particular, é possível encontrar a tetravalente, que inclui mais um subtipo do vírus. As que tomam pela primeira vez devem tomar duas doses, com espaço de 30 dias entre elas.

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O problema é que a vacina ainda não emplacou de vez, o que pode contribuir para a incidência de surtos. “Esse ano a adesão está tímida, mas com a queda na temperatura os casos estão aumentando, o que pode levar mais pessoas aos postos”, aponta Palazzi. Mesmo gripada ou resfriada, a criança pode receber a vacina, exceto que esteja com febre.

Também não custa nada dar uma mãozinha para as defesas do corpo. Incentive a prática de atividade física, essencial para regular o sistema imunológico e ofereça aos pequenos bastante líquidos, além de frutas ricas em vitamina C como laranja, limão, acerola e caju. Lavar constantemente as mãos, usar álcool em gel e evitar aglomerações e ambientes fechados podem diminuir as chances de ser atingido por um micro-organismo que provoque doenças.

Diferenças entre os vírus

São muitas em circulação nessa época, e na maioria dos casos inofensivas, com exceção do vírus sincicial respiratório, que ataca especialmente bebês pequenos e pode provocar bronquiolite. Fora dessa faixa etária, os mais comuns são parecidos: acometem as vias aéreas superiores e desencadeiam sintomas clássicos: espirro, tosse seca, coriza, dor de cabeça, cansaço e queda no apetite.

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“O que mais preocupa é o influenza, por isso é importante diferenciá-la do resfriado comum”, orienta Heloísa Giamberardino, pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas do Hospital Pequeno Príncipe. Felizmente, isso é relativamente fácil de fazer, pois a gripe é mais agressiva, causa febre alta, dores no corpo e derruba o ânimo da criança, que faz parte do grupo de risco para complicações da doença. 

Abaixo dos sete anos, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, o que deixa os pequenos mais suscetíveis não só à gripe, mas a outras doenças. Além das infecções transmitidas por vírus e bactérias, condições de origem alérgica, como asma e rinite também tendem a aumentar nessa época. Tosse persistente, dificuldade para comer e chiado no peito devem ser avaliados por um médico (saiba mais sobre as doenças comuns no inverno aqui).

 

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