Síndrome de couvade: conheça a chamada ‘gravidez masculina’
Náuseas, dores de cabeça e desejos são alguns dos sintomas típicos da gestação que podem ser experienciados pelos pais ansiosos com a chegada do bebê
Você sabia que os homens podem experimentar os mesmos sintomas que as suas parceiras durante a gestação? Desde náuseas até desejos alimentares, são diversas as sensações vivenciadas pelos futuros pais que possuem a síndrome de Couvade.
Longe de ser uma doença, essa condição geralmente não precisa de tratamentos e tende a estar atrelada tanto às aflições que permeiam a chegada de um novo integrante à família quanto ao desejo de exercer uma parentalidade ativa.
O que é a síndrome de Couvade?
Também conhecida como “gravidez masculina” ou “gravidez por empatia”, a síndrome de Couvade compreende um conjunto de sintomas de origem psicogênica que podem ocorrer em parceiros de mulheres grávidas.
O termo “Couvade” foi empregado pela primeira vez pelo antropólogo inglês Edward Burnett Tylor, em 1865. Na época, ele se referia a uma série de rituais típicos das sociedades pré-industriais, nos quais os homens encenavam experiências semelhantes àquelas vivenciadas pelas mulheres.
Quais são os sintomas e quando eles se manifestam?
Os sintomas são os mesmos de uma gravidez e tendem a aparecer durante o primeiro e o terceiro trimestre, acompanhando os momentos mais sensíveis da gestação. No entanto, essa condição pode se manifestar, até mesmo, no puerpério.
Entre os sinais frequentes estão enjoos, gases, dores, inchaço, náuseas e desejos alimentares. Ganho ou perda de peso, aumento da pressão sanguínea e diminuição da libido também são comuns.
A síndrome não costuma acarretar distúrbios psíquicos de longo prazo, contudo, pode causar alterações psicológicas, como irritabilidade, inquietação, insônia e dificuldades de concentração. Essas condições demandam atenção redobrada para prevenir quadros de depressão, ansiedade e estresse.
Possíveis causas
Não há consenso sobre as causas da síndrome. Muitos especialistas defendem que ela está associada ao desejo de participar ativamente da gestação e criar vínculos com o bebê, especialmente quando se trata do primeiro filho.
Os laços afetivos com a parceira também influenciam, de modo que uma gravidez de risco tende a agravar os sintomas. Alguns estudos também demonstram que a condição pode estar atrelada à empatia e a uma tentativa de assumir a dor do outro.
Existe tratamento?
Como a síndrome de Couvade não é considerada uma doença, ela não possui um tratamento específico, porém existem algumas formas de aliviar os seus sintomas.
A principal estratégia é o diálogo. Conversar sobre seus sentimentos com familiares, amigos próximos e, principalmente, com a sua parceira é essencial. O casal deve buscar construir juntos um ambiente de acolhimento, vivenciando a gravidez em família e preservando a saúde de ambos.
Outra possibilidade é dedicar um tempo à preparação para a chegada do bebê. Vale consultar livros, sites, blogs e vídeos especializados no assunto. Participar de consultas e aulas pré-natal também é uma alternativa.
Em alguns casos, dependendo da persistência e da intensidade dos sintomas, pode ser necessário atendimento psicológico. No entanto, é preciso lembrar que algum nível de ansiedade é normal na gravidez, com ou sem a síndrome. Afinal, a parentalidade é uma experiência única, que demanda adaptação.