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Seu filho é seletivo demais para comer?

Pesquisa analisa este comportamento alimentar, apontando suas prováveis causas e as estratégias para melhorar a qualidade da dieta infantil.

Por Adriana Toledo (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 21h54 - Publicado em 22 Maio 2015, 10h57
Thinkstock/Getty Images
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Enquanto ele só mamava, seu desafio se resumia a oferecer o peito e fazer o possível para garantir uma produção de leite adequada. Mas, desde que completou o primeiro semestre de vida e foi apresentado a uma infinidade de alimentos, a tarefa de mantê-lo bem nutrido se tornou um pouco mais complexa. Pudera! Rara é uma criança que nunca oferece resistência a um ou outro legume ou verdura. Mas o problema mesmo é quando o pequeno torce o nariz, de forma recorrente, a tudo o que faz bem à saúde.

O grupo dos picky eaters – crianças seletivas, em português – é significativo a ponto de despertar a preocupação da empresa Mead Johnson Nutrition Brasil, que encomendou um estudo sobre o comportamento. A agência de pesquisa Millward Bronwn foi encarregada de coordenar o levantamento e entrevistou 900 mães de São Paulo e de Recife, em Pernambuco, com filhos entre 1 e 10 anos de idade, que se enquadrassem na descrição de comedor seletivo. “As informações coletadas denotam que um terço das crianças corresponde a esta classificação, sendo que rejeitar vegetais, comer pouco ou muito vagarosamente, raramente sentir fome, aceitar somente o alimento preferido e se distrair com frequência estão entre os impasses mais comuns”, enumera a diretora de marketing da Mead Johnson, Daniela Degani.

Isso impede que a criança consuma a variedade de nutrientes necessária para uma dieta balanceada. “Por essa razão, aconselho que os pais montem pratos coloridos e mais atraentes, já que os filhos decidem o que comer principalmente pela aparência e ingerem menos legumes, verduras e frutas do que deveriam”, complementa o nutrólogo Mário Cícero Falcão, do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Outros hábitos relatados pelas mães também merecem atenção: 86% dos pequenos preferem comer doces; 82% necessitam de insistência da mãe para terminar a refeição; e 63% tentam evitar o momento de se alimentar. Finalmente, 90% das crianças consomem itens como biscoito, iogurte, salgadinhos, frutas e sucos entre as refeições, o que, claro, prejudica o apetite na hora do prato principal.

Boas soluções

Por sorte, existem algumas atitudes que aumentam as chances de o seu filho se tornar mais, digamos, eclético. “Ofereça a maior variedade de alimentos possível, desde cedo. As refeições devem incluir todos os grupos de alimentos: frutas, legumes, verduras, proteínas, carboidratos… Mesmo que o pequenino rejeite algum item, insista, no mínimo, 10 vezes, antes de confirmar que aquilo não agrada seu paladar”, ensina a nutricionista Tatiane Hernandes, da Mead Johnson.

Ela também sugere estratégias comportamentais. “Procure evitar que seu filho se alimente em frente à televisão. Ele deve prestar atenção no que come, focar na textura, no sabor”. Diversificar no modo de preparo pode ser uma alternativa bem sucedida. “Se a criança não gosta de cenoura crua, por exemplo, tente oferecê-la cozida ou misturada a outros ingredientes, em uma receita saborosa”, recomenda Tatiane. A última dica da nutricionista é preparar a merenda escolar em casa, o que reduz a tentação de atacar as guloseimas da cantina.

E um alerta final: reações negativas, como chorar, cuspir ou vomitar diante de novos alimentos, podem evoluir, no futuro, para obesidade ou transtornos como bulimia e anorexia nervosa. Por isso, requerem aconselhamento de um especialista.

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