Saiba como prevenir o câncer de colo do útero e identificar os sintomas
Entenda mais sobre essa doença e as formas de prevenção

Gostaria de conversar sobre um tema muito importante para a saúde de todas as pessoas com útero no Brasil. O terceiro mês do ano, conhecido pela cor roxa em diversas campanhas, é dedicado a um esforço indispensável para alertar sobre a neoplasia do colo uterino, uma das ocorrências mais frequentes entre as mulheres do país. A boa notícia é que podemos impedir o seu surgimento. Essa prevenção se inicia com a imunização contra o papilomavírus humano (HPV) e com avaliações médicas em intervalos regulares. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, entre os anos de 2023 e 2025, aproximadamente dezessete mil brasileiras receberão esse diagnóstico. No entanto, com o conhecimento adequado e a prática de medidas protetivas, temos a capacidade de modificar esse panorama.
Compreendendo a alteração celular do colo uterino
A afecção do colo do útero tem início com pequenas alterações nas células da região, conhecidas como lesões iniciais. O grande desafio é que, sem tratamento, essas mudanças podem evoluir para um crescimento anormal. Ao longo do tempo, esse processo pode se transformar em um quadro mais sério, como o câncer. O principal causador desse problema é o papilomavírus humano (HPV), um vírus altamente contagioso, geralmente transmitido por meio do contato sexual. Um dos pontos mais preocupantes é que ele costuma não apresentar sintomas nas fases iniciais, dificultando a detecção precoce.
Quando a condição avança, podem surgir indícios como perda sanguínea atípica fora do período menstrual, secreção com odor forte e incômodo na parte inferior do abdômen. Mas a ideia aqui é não aguardar o aparecimento desses sinais. O ideal é agir antes e se proteger. O conhecimento e a proteção andam juntos. Ambos estão ao nosso alcance para enfrentar a neoplasia do colo uterino.
Por que detectar cedo faz tanta diferença
Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de uma intervenção eficaz e menos agressiva. A prevenção da neoplasia do colo uterino se baseia em três pilares fundamentais: a imunização contra o papilomavírus humano, as avaliações preventivas e a adoção de um estilo de vida saudável.
O teste citopatológico, popularmente conhecido, é um procedimento simples e de suma importância, pois ele detecta alterações nas células antes que elas se transformem em uma condição maligna. O exame para identificar a presença do papilomavírus humano também pode ser solicitado para confirmar a existência do microrganismo. Entretanto, lamentavelmente, muitas mulheres ainda não realizam esses procedimentos com regularidade. Muitas pessoas realizam o exame apenas uma vez e não o repetem com a frequência necessária. No entanto, como as alterações nas células podem levar anos para evoluir, o acompanhamento regular é essencial para identificar qualquer mudança precocemente e garantir um tratamento eficaz.
Intervenções que respeitam a capacidade reprodutiva
Se a condição for diagnosticada em seu estágio inicial, o tratamento pode ser menos invasivo e, em muitos casos, a capacidade reprodutiva da mulher pode ser mantida. Opções como a conização e a traquelectomia radical são alternativas viáveis para evitar cirurgias mais extensas, como a retirada completa do órgão. Esses métodos são indicados para mulheres nas fases iniciais da doença, pois permitem preservar a fertilidade e evitam a retirada completa do útero.
Além disso, avanços na medicina, como o uso de um dispositivo, cujo nome pode ser associado à sigla Duda, auxiliam mulheres que foram submetidas a intervenções cirúrgicas a manterem a possibilidade de uma futura gestação. Essa é mais uma prova de que, com o conhecimento e a detecção em fase inicial, existem caminhos menos agressivos para combater a doença.
Estratégias para se proteger da doença
A proteção começa cedo, com a imunização contra o papilomavírus humano, que oferece defesa contra os tipos mais perigosos do vírus. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece essa vacina gratuitamente para jovens de ambos os sexos, de 9 a 14 anos, e também para mulheres até 45 anos em situações específicas. E se você já superou essa faixa etária? É importante conversar com um médico para avaliar a possibilidade de se imunizar.
Realizar os exames e manter as consultas regulares são componentes essenciais do autocuidado. Outra forma de proteção é a utilização de preservativos nas relações sexuais, pois isso reduz o risco de transmissão do HPV. Adicionalmente, um estilo de vida saudável faz toda a diferença: uma dieta balanceada, rica em vegetais e frutas, fortalece as defesas do organismo e auxilia na prevenção de diversas afecções.
Evitar o consumo de tabaco também é essencial, já que o hábito de fumar está diretamente vinculado ao aumento do risco de neoplasia do colo uterino. E, é claro, manter visitas periódicas ao especialista em saúde feminina e realizar avaliações preventivas são atitudes de suma importância para assegurar a saúde.
O poder transformador da informação
A iniciativa de março nos recorda que o conhecimento e a prevenção caminham lado a lado. Quanto mais abordamos a neoplasia do colo uterino, mais mulheres se conscientizam e adotam medidas para se proteger. Converse com seu médico, estimule amigas e membros da família a realizarem os exames e compartilhe esse saber. A prevenção está ao nosso alcance.