Por que sacudir o bebê é perigoso? Saiba os riscos e o que fazer
Esse tipo de lesão pode causar problemas cerebrais severos e irreversíveis. Entenda:

É comum que pais, especialmente os de primeira viagem, busquem maneiras de acalmar seus bebês durante um momento de choro ou até em brincadeiras. Entre essas práticas, sacudir a criança pode parecer algo inofensivo, mas é uma atitude que traz sérios riscos à saúde do bebê.
A Síndrome do Bebê Sacudido, também chamada de Lesão Cerebral por Abuso, é uma condição grave que ocorre quando a criança é sacudida com força. Essa prática, por mais breve que seja, pode causar danos irreversíveis ao cérebro do bebê.
O que é a Síndrome do Bebê Sacudido?
A maior incidência da síndrome acontece entre a 6ª semana e o 4º mês de vida, uma fase em que os bebês choram com mais frequência, muitas vezes por causa das cólicas.
Os danos causados pelo movimento brusco ocorrem porque, nessa fase, o pescoço da criança ainda não tem força suficiente para sustentar a cabeça. Ao ser sacudido, o cérebro do bebê se movimenta dentro do crânio, causando lesões que podem comprometer o seu desenvolvimento.
Quais são os riscos de sacudir o bebê?
O impacto pode ser tão grave que leva a sintomas como:
- Irritabilidade excessiva ou comportamento mais quieto que o normal;
- Tremores pelo corpo;
- Perda parcial da visão;
- Convulsões.
Caso a criança apresente algum desses sinais, é fundamental levá-la ao médico imediatamente para que um diagnóstico seja realizado e o tratamento iniciado.
Em situações mais graves, a falta de cuidados pode piorar o quadro clínico, resultando em consequências permanentes, como:
- Paralisia motora;
- Perda total da visão;
- Dificuldade de aprendizado.
Ainda segundo o médico, cerca de 30% dos casos de Síndrome do Bebê Sacudido resultam em morte.
Como evitar?
O principal passo para evitar a síndrome é conscientizar os pais sobre os perigos de sacudir o bebê, seja em brincadeiras ou como forma de acalmá-lo. Durante as consultas pediátricas, é importante que os profissionais expliquem que o choro é uma forma de comunicação do bebê e que, na maioria das vezes, ele pode chorar mesmo após estar alimentado, limpo e confortável.
A melhor forma de lidar com o choro é manter a calma e buscar alternativas seguras, como:
- Colocar o bebê no colo e embalá-lo suavemente;
- Oferecer o peito ou a mamadeira, caso ele esteja com fome;
- Verificar se há algo causando desconforto, como uma fralda apertada ou calor excessivo.
Lembre-se de que o choro faz parte do desenvolvimento do bebê e, embora seja desafiador para os pais, é essencial não recorrer a movimentos bruscos para interrompê-lo.
O que fazer se o bebê já foi sacudido?
Se houver suspeita de que a criança sofreu lesões por conta de sacudidas, procure um médico imediatamente. Mesmo que os sintomas pareçam leves, um exame mais detalhado é necessário para identificar possíveis danos e evitar complicações futuras.
Conscientização e cuidado
Os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento infantil, e as interações com os pais têm um papel fundamental nesse processo. Por isso, é importante adotar práticas que garantam a segurança e o bem-estar do bebê.
Se o choro excessivo se tornar uma preocupação frequente, converse com o pediatra sobre estratégias de manejo. E, acima de tudo, nunca sacuda o bebê, mesmo que pareça ser a solução mais rápida para acalmá-lo.
Consultoria: Felipe Monti Lora, médico endócrino-pediatra