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Picada de escorpião: como prevenir e o que fazer em caso de ataque

Nem sempre elas são fatais, mas crianças estão mais sujeitas a complicações graves ao serem picadas por ele ou outros bichos. Saiba mais sobre o assunto!

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 27 nov 2018, 18h21 - Publicado em 27 nov 2018, 17h21

Nesta semana, duas crianças morreram depois de serem picadas por escorpiões no interior de São Paulo. Os ataques aumentam no verão e parecem estar mais frequentes. Segundo o Ministério da Saúde, em 2017 mais de 125 mil pessoas foram vítimas de acidentes com o aracnídeo no Brasil, sendo 184 delas fatais. Em 2014, haviam sido 78 mil casos e 70 mortes.

São Paulo e Minas Gerais são os estados com maior frequência de incidentes. O escorpião se adapta facilmente ao ambiente urbano graças ao saneamento básico precário e ao acúmulo de lixo e entulho. A barata é um de seus alimentos favoritos, por isso eles podem viver também nos esgotos e invadir as residências pelo ralo, buscando em seguida abrigo em cantos escuros.

A picada é sentida como a de uma abelha, mas não costuma ser visível. Na maioria das vezes, só há dor, moderada ou intensa, e formigamento local.

Crianças abaixo de 7 anos, contudo, exigem atenção extra por apresentarem maior risco de alterações sistêmicas que podem ser graves. O veneno dos escorpiões afeta o sistema nervoso e sua ação é rápida especialmente no corpo dos pequenos, onde há menos sangue para “diluir” as toxinas.

Como evitar

No caso dos escorpiões, a prevenção envolve um esforço coletivo e político. Uma das principais medidas indicadas é a preservação de inimigos naturais dos escorpiões, como corujas, lagartos, sapos e galinhas. Em casa, o uso de inseticida não é recomendado para esse fim, pois pode fazer com que os bichos saiam do esconderijo e, assim, o risco de picadas aumenta.

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O Ministério da Saúde recomenda examinar calçados e roupas pessoais, lençóis e toalhas antes de usar, afastar camas das paredes e não acumular lixo orgânico, material de construção ou entulho no quintal ou calçada. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e forros, utilizar vedantes em portas, janelas e ralos ajuda a manter os escorpiões longe de casa.

Regularmente, limpe atrás de móveis, cortinas, quadros e outros cantinhos, de preferência sem as crianças por perto. Combater a proliferação de insetos como baratas e cupins também é importante, pois eles são alimento para aranhas, além dos próprios escorpiões. Fique de olho na rua: terrenos baldios a um raio de até 2 m da casa devem ser mantidos limpos e com a grama baixa.

O que fazer

Lave o local da picada com água e sabão e leve a criança ao médico imediatamente. Não faça torniquetes, garrotes, fure, esprema ou aplique sucção. O tratamento envolve analgésicos e, na presença de manifestações sistêmicas, soro, feito com o próprio veneno do bicho.

Sintomas como náusea, vômito, suor excessivo, agitação, tremores, salivação e aumento dos batimentos cardíacos indicam o agravamento do quadro, e podem surgir entre 6 e 12 horas depois da picada.

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Outras picadas

Nesta época do ano é comum que a criança seja alvo de outros seres, como os pernilongos. Para esses a recomendação também é lavar o local com água e sabão, não espremer e evitar a coceira, que carrega micro-organismos e aumenta o risco de infecção local. Compressas de gelo podem aliviar o comichão.

A maior parte dos mosquitos é inofensiva, mas não podemos esquecer do Aedes aegypti, que carrega de uma vez quatro doenças: dengue, zika vírus, febre amarela urbana e chicungunha. Mais discreto, seu voo não faz barulho e seu ataque não coça. Por isso, o ideal é blindar quartos, carrinhos e berços com telas e protetores e, a partir dos 6 meses, usar repelentes na pele dos pequenos durante o verão. Fora, é claro, as medidas clássicas que evitam a proliferação, como não deixar água parada acumulada em casa.

Já marimbondos, abelhas e formigas, embora na maioria das vezes causem somente reações locais, merecem atenção pois podem desencadear crises de alergia. Neste caso, vale a regra de não tirar o ferrão por conta própria se não souber como fazer isso e levar a criança ao hospital, especialmente se sintomas como inchaço na boca e olhos, falta de ar, rouquidão, náusea e vômito ou placas avermelhadas aparecerem.

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