O que fazer quando a febre aparece
Saiba que ela surge para ajudar e veja qual atitude você deve tomar em cada caso.
Você percebe que seu filho está quente, coloca o termômetro e logo vem o resultado: ele está com febre. Com a confirmação também aparece um caminhão de preocupações: o que devo fazer? Melhor medicá-lo logo? Será que está doente?
“A febre é amiga. Ela faz parte da defesa do organismo e ajuda a combater os eventuais invasores”, explica a pediatra Silvia Gioielli, de São Paulo. Então, a primeira coisa a ser feita é respirar fundo, acalmar-se e observar o seu filho.
Por se tratar de um quadro em que o organismo da criança está reagindo contra um agente invasor, não há indicação para medicá-lo já no início da febre. Mas existem algumas atitudes simples que você pode fazer para que seu filho se sinta melhor:
– Mantenha-o em repouso, longe de agitação
– Vista-o com roupas leves
– Fique por perto para ajudá-lo, observar a evolução da febre e dar muito carinho
– Mantenha-o hidratado. Dê preferência para água e água de coco
– Ofereça alimentos como sopa de legumes, arroz e macarrão
– Para os lanches, sirva bolachas simples de água e sal ou maisena, torradas com geleias de frutas e frutas cozidas ou assadas
– Banho morno ajuda a baixar a febre e faz com que a criança melhore o mal-estar. Ao contrário das medicações antitérmicas, o banho abaixa a febre de forma gradual, sendo, assim, mais seguro
Como medir a temperatura?
Use termômetros que são colocados nas axilas (mais confiáveis). Os de mercúrio demoram 3 minutos para verificar a temperatura, os digitais avisam quando a medição está finalizada.
Qual temperatura é considerada como febre?
Estado subfebril: de 37°C a 37,8°C
Febre: de 37,9°C a 38,8°C
Febre alta: acima de 38,9°C
Quando medicar?
Prefira entrar com medicação antitérmica quando a febre ultrapassar 38,8°C ou quando seu filho apresentar muitos sinais de desconforto. Enquanto a criança estiver ativa e bem disposta, apenas acompanhe a evolução da febre. Cuidado para não medicar em excesso ou repetidas vezes – isso pode gerar um quadro de hipotermia além de impedir que o organismo do seu filho reaja contra os agentes invasores.
Mas e a tal da convulsão febril?
Causada pela rápida elevação da temperatura, ela pode acontecer em uma em cada 25 crianças com idade entre 9 meses e 5 anos. “As crianças que estão fora da faixa etária mais comum, que não têm antecedente familiar de convulsão febril ou que nunca tiveram um episódio antes, dificilmente apresentarão um primeiro episódio”, tranquiliza a pediatra. Por isso, se seu filho nunca teve uma convulsão febril, não se preocupe com ela.Se a convulsão febril acontecer, mantenha a calma e procure o pronto atendimento médico. Mas saiba que, na maior parte das vezes, ela é benigna e não traz riscos de vida, nem gera sequelas.
Quando procurar o médico?
“Se, além da febre, seu filho apresentar sintomas como queda do estado geral, irritabilidade extrema (principalmente em bebês), muita sonolência, vômitos, dores de cabeça ou convulsões, procure o atendimento em um pronto socorro”, aconselha Silvia. Se a febre durar mais de 48 horas, procure a orientação do seu pediatra.
No caso de bebês recém-nascidos até 3 meses, vá ao médico logo no primeiro pico de febre. “A febre em bebês também pode ser causada por desidratação ou por aquecimento excessivo (muito agasalho nos primeiros meses)”, alerta a pediatra Thelma Oliveira, em O Livro Da Maternagem (Editora Schoba, 2012), onde assina como Dra. Relva.
Lembre-se sempre de que a orientação do seu pediatra é importante em casos de dúvidas e febre alta.