O que é a febre reumática? Entenda os riscos e como tratá-la em crianças

Conheça mais sobre a doença autoimune causada pela bactéria streptococcus

Por Redação Pais e Filhos
15 fev 2025, 12h00
mulher examinando garganta de garoto, que está com a boca aberta
 (thianchai sitthikongsak/Getty Images)
Continua após publicidade

A febre reumática é uma doença autoimune que pode afetar várias partes do corpo, incluindo as articulações, o coração, o sistema nervoso e a pele. Essa condição ocorre como uma reação tardia a uma infecção na garganta, provocada pela bactéria streptococcus, que não foi tratada adequadamente. A resposta do sistema imunológico a essa infecção faz com que o organismo produza anticorpos que atacam as proteínas do próprio corpo.

Embora não seja possível prever quais crianças com quadros de amigdalite desenvolverão a febre reumática, alguns fatores podem aumentar as chances de ocorrência, como predisposição genética e questões imunológicas. A seguir, vamos esclarecer as causas, sintomas e tratamentos dessa doença, além de como preveni-la.

O que causa a febre reumática?

A febre reumática é desencadeada por uma infecção de garganta causada pela bactéria streptococcus, que provoca a faringite estreptocócica. Quando essa infecção não é diagnosticada e tratada corretamente, a reação do sistema imunológico resulta em anticorpos que, em vez de combater a bactéria, começam a atacar as células do próprio organismo, afetando principalmente o coração, as articulações e o sistema nervoso.

Sintomas de febre reumática

Os sintomas podem variar dependendo da gravidade da doença e dos órgãos afetados. Em geral, os sintomas incluem:

Dores nas articulações (artralgia): as articulações, especialmente joelhos e tornozelos, ficam doloridas e inflamadas.

Movimentos involuntários (Coréia de Sydenham): os bebês podem apresentar movimentos descoordenados e involuntários nos braços e pernas, que pioram com o estresse e desaparecem quando a criança dorme.

Continua após a publicidade

Sopro no coração: quando a inflamação atinge as válvulas cardíacas, pode ocorrer um sopro cardíaco e aumentar os batimentos do coração, além de fadiga e cansaço.

Eritema marginado: erupções cutâneas com bordas avermelhadas e interior pálido, comuns no tronco e nos braços.

Nódulos subcutâneos: lesões indolores e firmes sob a pele.

Quem pode ter febre reumática?

A febre reumática pode afetar qualquer criança, mas é mais comum em crianças a partir de 5 anos e pode ocorrer até os 18 anos. A doença atinge cerca de 80% das ocorrências nesse intervalo de idade. Embora bebês com menos de 3 anos sejam raramente afetados, o diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais para evitar complicações graves.

Continua após a publicidade

Como evitar a febre reumática?

A prevenção da febre reumática começa com o tratamento adequado das infecções de garganta causadas pela bactéria streptococcus. Caso a criança tenha dor de garganta e febre, é importante consultar um médico para que seja diagnosticada e tratada com antibióticos. Além disso, medidas de higiene, como lavar as mãos regularmente e evitar o contato com pessoas infectadas, podem ajudar a reduzir o risco de infecções e, consequentemente, da febre reumática.

Tratamento para a febre reumática

O tratamento para a febre reumática envolve o uso de medicamentos para controlar a inflamação e os sintomas, além de medidas para prevenir infecções recorrentes:

Anti-inflamatórios: para controlar a dor nas articulações e a inflamação.

Corticóides: em alguns casos, esses medicamentos podem ser usados para controlar a inflamação mais severa.

Continua após a publicidade

Anticonvulsivantes: em casos de movimentos involuntários (Coréia de Sydenham), medicamentos anticonvulsivantes podem ser necessários.

Penicilina benzatina: administrada a cada 21 dias para prevenir novas infecções de garganta e evitar o aparecimento de novos episódios de febre reumática.

Riscos da febre reumática para crianças

O maior risco da febre reumática é o comprometimento cardíaco, que pode levar a problemas nas válvulas do coração, resultando em doenças cardíacas crônicas. Se não tratada adequadamente, a doença pode causar sequelas graves e limitar a qualidade de vida da criança a curto e longo prazo. Além disso, a doença pode aumentar a necessidade de cirurgias cardíacas no futuro.

Consultoria: Dra. Daniela Gerent Petry Piotto, reumatologista pediatra, coordenadora da comissão de Reumatologia Pediátrica da Sociedade Paulista de Reumatologia

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

oferta

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.