Nova campanha visa reforçar a importância da vacinação
A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Imunizações e conta com o apoio de outras entidades médicas.

Em setembro de 2015, a notícia de que o sarampo foi erradicado no Ceará trouxe alívio para a população e entidades médicas do país. Um surto da doença fez com que o número de casos saltasse de dois, em 2012, para 220, em 2013, e mais de 700 em 2014. Este ano, os registros caíram para 164, de acordo com o Ministério da Saúde. Isso graças a um esforço para aumentar a vacinação contra a enfermidade – que estava em baixa naquela região.
Os especialistas notam que o mesmo tem acontecido com outras doenças. Entre elas está a coqueluche, perigosa para os bebês. De 1999 a 2013, o número de casos confirmados foi de 3 mil para 6,3 mil, segundo o governo. Já as mortes provocadas por esse mal respiratório pularam de 23 para 109 no mesmo período. Nesse caso, o problema não é que as crianças estão deixando de ser imunizadas, mas os mais velhos é que não tomam o reforço como deveriam. “Adulto não vacinado faz com que doenças como a coqueluche voltem”, alerta a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
E foi a partir desses dados e de outras necessidades e observações que a SBIm lançou, no último dia 1o de outubro, a campanha Vacina é proteção para todos. A ideia é reforçar que, mesmo nos casos em que uma enfermidade está controlada, é necessário se imunizar contra ela. “A gente vê algumas pessoas relaxando em relação à vacinação, acreditando que o fato de não vermos mais a doença permite que não nos importemos com a prevenção”, critica Isabella. A iniciativa conta com o apoio das sociedades brasileiras de Pediatria, de Infectologia, de Geriatria e Gerontologia e da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Ações
Uma das principais inovações dessa campanha é a criação do site Família SBIm, que tem como proposta ser uma fonte segura de consulta sobre vacinação. “Há muito tempo que a gente percebe a carência de informação, de uma forma mais centralizada, sobre vacinas e as doenças que podem ser prevenidas”, conta Isabella Ballalai. Com linguagem acessível, é possível encontrar dados de todos os imunizantes aprovados para uso no Brasil, onde estão disponíveis, suas indicações e esclarecimentos sobre os mitos que envolvem as picadas preventivas.
Além da página na internet, a campanha também conta com vídeos testemunhais de pessoas que tiveram doenças que podem ser evitadas ao se vacinar, a exemplo do médico Drauzio Varella, que pegou febre amarela, e do surfista Fábio Gouveia, que contraiu sarampo. “Para divulgar todas essas informações, faremos também encontros presenciais com blogueiros e jornalistas, professores e representantes das sociedades”, revela a presidente da SBIm. Segundo ela, novas ações serão propostas em 2016.