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Namoro programado pode ser solução para engravidar

O médico Mauricio Chehin, do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva, esclarece questões cruciais para auxiliá-la a realizar o sonho da maternidade.

Por Dr. Maurício Chehin
Atualizado em 28 nov 2016, 18h18 - Publicado em 19 fev 2015, 14h09

Às vezes, não é preciso recorrer à fertilização in vitro para engravidar. Quando o médico especialista em reprodução assistida não detecta nenhuma alteração na qualidade do sêmen e tampouco problemas com as tubas e cavidades uterinas, é possível conseguir engravidar apenas com o coito ou namoro programado. Esse método é indicado para casais em que a mulher apresenta infertilidade por problemas de ovulação, que pode, a princípio, ser corrigida por meio de medicamentos e de relações sexuais programadas. É uma das técnicas mais tradicionais da reprodução assistida, mas não menos eficaz para os casos específicos.

Para verificar possíveis alterações no ciclo ovulatório, o médico se baseia no histórico da mulher, no qual ela descreve seus ciclos menstruais de acordo com o número de dias da menstruação e o intervalo entre os sangramentos. Depois disso, são feitos exames hormonais, assim como avaliação das trompas realizada através de um exame, a histerossalpingografia – uma espécie de raio-x mais detalhado da cavidade uterina -, e ultrassonografia transvaginal, para checar se realmente ela não apresenta nenhum problema no aparelho reprodutivo. Solicita-se ainda um exame de espermograma para o homem.

Se comprovada que a infertilidade é causada apenas por disfunções ovulatórias, é bem provável que o tratamento do casal seja feito por coito programado. A paciente é medicada com substâncias que estimulam o amadurecimento dos folículos ovarianos para, então, induzir a ovulação no início do ciclo menstrual. Existem dois tipos de indutores para isso, o citrato de clomifeno, administrado via oral, e as gonadotrofinas, aplicadas através de injeções subcutâneas. Essas últimas agem diretamente nos folículos do ovário, lugar em que o óvulo amadurece.

Algumas pacientes podem sentir incômodo com as injeções e manifestar efeitos colaterais como desconforto abdominal, cólicas leves, inchaço, irritabilidade, dor nas mamas ou dor de cabeça. Apesar disso, o procedimento é simples. A técnica não oferece riscos e, assim que os folículos estão em um tamanho considerado ideal, aplica-se a injeção subcutânea do hormônio hCG, que faz com que a ovulação aconteça entre 36 e 42 horas depois. Dentro desse tempo, o casal deve ter relações sexuais programadas conforme a ovulação. Após 15 dias, já é possível fazer o teste de gravidez para verificar se o procedimento deu certo.

Ainda que tenha sido criada na década de 1960 e já esteja disponível no Brasil desde 1970, a indução da ovulação junto ao coito programado é consideravelmente eficaz quando indicado e chega a uma porcentagem de sucesso em torno de 20 a 25% dos casos. É importante ressaltar que a idade da mulher pode diminuir essas taxas, pois muitos óvulos após os 35 anos, mesmo liberados de folículos amadurecidos, podem estar envelhecidos e, portanto, inaptos a uma gravidez bem sucedida.

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