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Mudanças climáticas: elas também afetam a gestação

Calor, cheias, estiagem e queimadas… o mundo em crise é assunto para o agora, especialmente para quem espera um bebê

Por Maurício Brum
Atualizado em 22 out 2024, 10h42 - Publicado em 22 out 2024, 10h29
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Na medida do possível, gestantes devem evitar sair à rua em dias de calor extremo, já que isso pode aumentar a pressão arterial e as chances de diabetes gestacional (our-team/Freepik/Reprodução)
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Em um ano que teve enchentes no Sul do país, estiagem no Norte, queimadas afetando o Centro-Oeste e o Sudeste, poucas vezes o Brasil inteiro se viu tão mergulhado nos impactos da crise climática quanto agora. E, em meio à ansiedade que o período gera, quem está pensando em ter filhos também começa a ter dúvidas: afinal, as mudanças climáticas podem afetar a gravidez?

Novos estudos apontam que, infelizmente, sim. Vários pesquisadores ao redor do mundo vêm destacando como diferentes fatores associados às alterações no clima — principalmente calor excessivo, desastres ambientais e poluição — também podem ter efeitos indesejados na reprodução humana.

Saiba mais sobre alguns pontos destacados por especialistas.

Calor extremo

As ondas de calor cada vez mais fortes e frequentes geram impactos na saúde cardiovascular de todas as pessoas. Em gestantes, que já enfrentam alterações no corpo pela própria gravidez, esse cuidado precisa ser redobrado — além do aumento da pressão arterial, alguns estudos apontam que a temperatura excessiva pode incrementar as chances de diabetes gestacional.

O aumento da temperatura ainda favorece a proliferação de algumas doenças, como aquelas que utilizam mosquitos como vetores, que podem afetar o desenvolvimento fetal — foi o que se viu, por exemplo, com o Zika, associado a casos de microcefalia em bebês.

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Esses fatores também podem contribuir para um aumento de partos prematuros e até casos de natimortos. Quando houver condições para evitar os extremos do clima, gestantes devem evitar sair à rua em dias de calor excessivo, permanecendo em ambiente fresco e à sombra.

Poluição atmosférica

Agindo em conjunto com a elevação do calor, a poluição também pode levar a complicações relacionadas à saúde circulatória — além, é claro, de um comprometimento respiratório.

O corpo demanda mais oxigênio durante a gestação, já que precisa suprir as necessidades de dois organismos. Se o ar está insalubre, as dificuldades respiratórias podem levar a problemas no desenvolvimento do feto, além de também aumentar as chances de parto prematuro.

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Em dias de baixa qualidade do ar, é indicado fazer uso de máscaras filtrantes do tipo N95 ou PFF2. Investir em umidificadores e purificadores de ar para ter em casa também é uma medida recomendada.

Desastres naturais

Enchentes, secas, furacões, queimadas… cada tragédia climática tem seu próprio impacto imediato e seguem gerando consequências por semanas ou meses após ocorrerem.

Desastres naturais podem dificultar o acesso a alimentos e água potável, além de inviabilizar os próprios serviços de saúde — enquanto ajudam a proliferar doenças. Esses aspectos também prejudicam a saúde gestacional, especialmente em regiões mais vulneráveis, onde o restabelecimento da vida cotidiana é mais demorado pela falta de recursos.

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