Mpox em crianças: quais os riscos?
Nova variante provoca taxa de letalidade mais elevada em crianças pequenas, mas, por enquanto, só foi vista na África
Desde a metade de agosto, a mpox — doença antes chamada de “varíola dos macacos” — voltou a ser considerada uma emergência em saúde pública de importância internacional aos olhos da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O novo alerta veio em função do aparecimento de uma variante aparentemente mais letal, chamada 1b, na região central da África. Entre as razões de preocupação, sua maior taxa de letalidade em crianças pequenas: cerca de 10% dos casos conhecidos evoluíram a óbito, contra 1% na variante 2b, responsável pela epidemia de mpox em 2022.
O que se sabe sobre a nova variante da mpox
Até aqui, a maioria dos novos casos está concentrada na África, com o epicentro sendo a República Democrática do Congo, embora já haja casos em nações vizinhas como Ruanda, Quênia e Uganda.
A doença tem uma letalidade aparente maior tanto em adultos quanto em crianças pequenas, mas é importante lembrar que os números se referem aos casos que foram corretamente diagnosticados. Pode haver subnotificação, tornando a letalidade real ainda difícil de mensurar — a tendência é que a proporção seja menor.
Por enquanto, a variante 1b só foi observada em países africanos. Embora a mpox tenha voltado ao noticiário em função do alerta da OMS, casos vistos em países como o Brasil ainda se referem às cepas já conhecidas, com letalidade menor. No entanto, nada impede que o novo vírus chegue aqui se a transmissão sair do controle.
Conforme o Ministério da Saúde, estes são os principais sintomas da mpox:
- Erupções cutâneas ou lesões de pele (como bolhas, feridas com casca ou não);
- Adenomegalias (gânglios linfáticos inchados, também chamados de “ínguas”);
- Febre;
- Dores no corpo;
- Dor de cabeça;
- Calafrio;
- Fraqueza.
Como a doença é transmitida?
A mpox é transmitida de pessoa para pessoa, através do contato direto com lesões e secreções contaminadas, ou de forma indireta, utilizando objetos que uma pessoa infectada manuseou anteriormente.
Pelos registros até agora, uma forma extremamente comum de contágio é o contato sexual — mas não se trata de uma transmissão através dos fluidos, como em uma infecção sexualmente transmissível (IST), e sim pelo contato pele com pele. Por isso, é possível ficar doente mesmo sem relações do tipo.
A mpox é uma doença endêmica nos países africanos onde o novo alerta surgiu, e não costuma se espalhar com muito sucesso ao redor do mundo em função de um melhor atendimento geral à saúde em outros lugares, inclusive com a aplicação de vacinas.
No entanto, é importante ficar de olho. Caso você perceba qualquer alteração nos hábitos de sua criança ou o aparecimento de alguma lesão na pele, busque orientação médica. E vale lembrar: embora as fotos da mpox costumem mostrar pessoas cobertas de lesões cutâneas, esse sintoma não ocorre em todos os casos — muitas vezes, aparecerá uma única ferida, que pode ser facilmente confundida com outra questão de saúde.