Ministério da Saúde vai oferecer novo teste para identificar zika
Em apenas 20 minutos, o exame detecta a presença do vírus no organismo da pessoa independente do tempo de contaminação.
O Ministério da Saúde comunicou na última terça-feira, 25, uma nova medida no combate à epidemia de zika que tomou conta do país: foram adquiridos 3,5 milhões de testes que mostram se as pessoas foram infectadas pelo vírus transmitido pelo Aedes aegypti em algum momento da vida. A previsão é que 2 milhões de kits sejam entregues até o final do ano e o restante no começo de 2017.
Atualmente, existe na rede pública apenas o teste PCR (biologia molecular), que diagnostica a doença, mas somente quando o vírus está presente na corrente sanguínea. Com a chegada dessa nova tecnologia, será possível identificar em apenas 20 minutos a presença do agente infeccioso no organismo – independente do tempo de contaminação. Essa rapidez no resultado será positiva, pois permitirá que o tratamento seja iniciado o quanto antes, tornando-o mais eficaz.
Serão submetidas ao exame as pessoas que apresentarem os sintomas da enfermidade e tiverem recomendação médica. “Além de ser rápido, este é o primeiro teste de zika que permite a detecção pregressa da infecção pelo vírus. Isso é muito importante para cuidar da população que mais precisa, por isso, a prioridade são as gestantes e as crianças”, afirmou Ricardo Barros, ministro da Saúde.
Foram gastos R$ 119 milhões na aquisição dos testes que foram desenvolvidos em parceria com o Governo da Bahia e uma empresa sul-coreana. Ronaldo Dias, presidente da Bahiafarma, laboratório público que será responsável pela produção dos exames, afirmou que os parâmetros obtidos na Anvisa e no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde foram acima de 90%: “Isso assegura a qualidade e traz um diagnóstico mais complexo, já que é possível detectar tanto a infecção imediata quanto a passada”.
Dados
Até setembro de 2016, 200.465 casos prováveis de zika foram registrados e três óbitos confirmados no país. Cerca de 16.473 mulheres foram infectadas durante a gravidez e a relação entre o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e o nascimento de crianças com microcefalia foi confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em abril deste ano.