Manchas de nascença: quando devem gerar preocupação?
Comuns em recém-nascidos, manchas e pintas costumam ser inofensivos mas monitoramento da pele é necessário
É comum notar manchas ou pintas na pele do bebê assim que ele nasceu. Para pais de primeira viagem, as marcas de nascença podem gerar preocupação quanto à saúde dos filhos.
Em geral, manchas de nascença não devem ser motivo para aflição. A maioria delas é inofensiva e tende a diminuir ou desaparecer conforme a criança cresce.
No entanto, é indicado que o pediatra seja informado de qualquer marca de nascença para manter os cuidados necessários quanto a uma possível evolução da mancha.
A causa para a maioria dos tipos de mancha é desconhecida. Não são geradas por qualquer tipo de comportamento da mãe durante a gestação, e podem ser herdadas geneticamente.
Quais tipos de manchas de nascença podem ocorrer?
As manchas chamadas de mongólicas são das mais comuns. Elas são mais frequentes em bebês de pele escura ou descendentes de asiáticos. Elas acontecem pela irregularidade na acumulação das células de pigmentação da pele – os melanócitos. Podem ter uma aparência escura, acinzentada ou azulada, como um hematoma.
Essas manchas aparecem, normalmente, na região da coluna, nas nádegas e nas pernas. Elas costumam sumir espontaneamente e não causam problemas. Se a mancha for muito extensa, uma investigação médica mais extensa é uma boa ideia.
Pintas de cor marrom são caracterizadas como nevos melanocíticos ou manchas “café-com-leite”. Essas manchas de tamanho pequeno são extremamente comuns. Vale acompanhar se a pinta muda de cor ou textura – nesse caso, um dermatologista deve ser buscado. Se são muito numerosas, podem ser sinal de neurofibromatose.
Já as marcas avermelhadas têm origem em malformações musculares – ou seja, nas veias. Esse tipo tem indicação de avaliação médica: a Síndrome de Sturge-Weber apresenta as manchas vermelhas como um dos sintomas. Em bebês de pele negra, as manchas podem parecer marrons.
Outro tipo de marca de nascença são os hemangiomas. Também de coloração avermelhada, costumam crescer rapidamente nos primeiros meses de vida. O crescimento normalmente estagna nessa época, e tende a regredir. A recomendação é monitorar a mancha para verificar se a remoção é necessária, especialmente se estiver localizada próxima aos olhos.
Pequenos cistos na pele do bebê podem indicar brotoejas, milio sebáceo ou acne neonatal, condições que regridem espontaneamente.
Mais uma alteração possível são os eritemas tóxicos neonatais: pequenas manchas ou bolhas vermelhas na pele. Aparecem nos primeiros dias de vida e desaparecem dentro de algumas semanas.
Quando as manchas de nascença devem gerar preocupação?
Médicos dermatologistas costumam utilizar a sigla ABCDE para resumir os sinais de alerta quanto às manchas na pele, que podem ser indicativos de melanoma – câncer de pele. A representa a assimetria: marcas assimétricas são um dos sinais de risco.
O B significa borda. Pintas de bordas irregulares podem ter evolução irregular. O C é cor: manchas de diferentes cores são sinal de alerta. O D representa diâmetro. Manchas grandes, com mais de 6 milímetros de diâmetro, podem ser perigosas.
Verrugas em que pêlos começam a crescer ao longo dos anos também podem se tornar câncer. Quando as manchas apresentam textura em relevo ou ficam na cabeça, vale fazer uma avaliação médica mais aprofundada.
As pintas precisam ser retiradas quando causam risco de melanoma. Manchas maiores ou muito numerosas podem ser indicativas de neurofibromatose, condição genética que provoca aparecimento de tumores.
A remoção pode ser feita com laser ou cirurgia, e o tratamento pode incluir uso de medicação. Questões estéticas também podem motivar a remoção.