Incontinência urinária na gravidez: o que é, por que acontece e como aliviar os sintomas
Entenda os motivos por traz do aumento da frequência de idas ao banheiro e como controlar essa situação

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por uma série de mudanças físicas e hormonais que afetam o funcionamento de diversos sistemas, inclusive o urinário. Um dos incômodos mais comuns é a incontinência urinária, que pode surgir já nos primeiros meses e se intensificar ao longo do tempo, especialmente nas fases mais avançadas da gravidez. Embora muitas vezes considerada um sintoma passageiro, ela merece atenção e cuidados para garantir mais bem-estar durante esse período.
Por que a incontinência urinária é comum na gestação
Três fatores principais ajudam a explicar por que tantas mulheres grávidas enfrentam esse problema. O primeiro está relacionado às alterações hormonais, especialmente o aumento da progesterona e da relaxina, que ajudam a preparar o corpo para o parto, mas acabam deixando os músculos do assoalho pélvico e da uretra mais relaxados, o que reduz a capacidade de segurar a urina.
Outro ponto importante é o crescimento do útero. À medida que o bebê se desenvolve, ele exerce pressão direta sobre a bexiga, diminuindo sua capacidade de armazenamento e provocando a sensação constante de vontade de urinar. Por fim, há a sobrecarga muscular: o ganho de peso e o esforço sobre a região pélvica contribuem para a fragilidade dos músculos que ajudam no controle da bexiga.
Mulheres que já passaram por outras gestações, que levam uma rotina sedentária ou que têm predisposição genética também tendem a apresentar mais sintomas.
Tipos de incontinência mais frequentes na gravidez
Nem sempre a perda de urina acontece da mesma forma. Há dois tipos principais de incontinência que podem surgir durante a gestação:
- Incontinência urinária de esforço: É o tipo mais comum. Acontece quando há aumento da pressão abdominal por causa de um espirro, tosse, riso ou esforço físico, e o corpo não consegue segurar a urina.
- Incontinência urinária de urgência: Aqui, o problema é a vontade repentina e intensa de urinar, que às vezes não permite tempo suficiente para chegar ao banheiro.
Algumas mulheres podem ter os dois tipos combinados, o que torna o desconforto ainda maior.
Medidas simples que ajudam a prevenir e aliviar os sintomas
Embora a incontinência urinária na gestação não seja considerada uma doença, ela pode afetar a qualidade de vida e deve ser encarada com atenção. Algumas medidas ajudam a controlar os sintomas e até prevenir que eles se agravem:
- Fortalecimento do assoalho pélvico: Exercícios de Kegel, indicados por obstetras ou fisioterapeutas, são uma forma eficaz de aumentar a força muscular da região e melhorar o controle urinário. A prática pode ser feita diariamente.
- Hidratação na medida certa: Beber água é importante, mas o ideal é distribuir a ingestão ao longo do dia e evitar grandes quantidades de uma vez. Reduzir o consumo de cafeína e refrigerantes também pode ajudar a diminuir a irritação na bexiga.
- Cuidado com o ganho de peso: Um aumento excessivo de peso pode piorar os sintomas. Alimentação equilibrada e atividade física orientada são aliadas importantes.
- Fisioterapia pélvica especializada: Quando os sintomas persistem ou são mais intensos, um acompanhamento com fisioterapeuta pode trazer bons resultados, com exercícios adaptados para cada caso.
- Não segurar a urina por muito tempo: Criar o hábito de ir ao banheiro em intervalos regulares ajuda a reduzir os episódios de perda involuntária.
O que fazer se os sintomas persistirem após o parto
É comum que os sintomas melhorem depois do nascimento do bebê, especialmente com a retomada gradual da tonicidade muscular. No entanto, em alguns casos — principalmente após múltiplas gestações — a mulher pode continuar enfrentando episódios de incontinência. Se isso acontecer, é importante conversar com um profissional de saúde.
Tratamentos como fisioterapia pélvica, mudanças nos hábitos de vida e, em alguns casos, intervenções específicas, podem ajudar a restaurar o controle urinário. O acompanhamento médico no pós-parto é essencial para avaliar a necessidade de cuidados adicionais.
Apoio e informação fazem a diferença
A incontinência urinária na gravidez é mais comum do que se imagina e pode ser enfrentada com informação, apoio profissional e medidas práticas. Falar sobre o tema sem tabu e buscar ajuda sempre que necessário é o melhor caminho para passar por essa fase com mais tranquilidade.