Gravidez com diabetes: veja os riscos e como garantir uma gestação segura
Cuidados necessários para manter a saúde da grávida e do bebê em casos de diabetes gestacional

Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por transformações que exigem atenção especial à saúde. Entre os cuidados mais importantes está o controle rigoroso do diabetes, que pode já estar presente antes da gestação ou surgir pela primeira vez nesse período, conhecido como diabetes gestacional. Quando essa condição não é bem monitorada, os riscos aumentam tanto para a gestante quanto para o bebê.
De acordo com dados apresentados pela endocrinologista Lorena Lima Amato, o diabetes mal controlado durante a gravidez está associado a uma maior incidência de hipertensão gestacional, partos prematuros e bebês com baixo peso para a idade gestacional. Em alguns casos, o recém-nascido pode precisar de cuidados em unidade de terapia intensiva logo após o parto.
Como o diabetes afeta a gravidez
Durante a gestação, há um aumento natural na produção de hormônios como estrogênio, progesterona e lactogênio placentário. Essa combinação tende a reduzir a eficácia da insulina, um fenômeno chamado de resistência insulínica. Para mulheres com predisposição, essa mudança pode agravar quadros já existentes de diabetes tipo 1 ou tipo 2, ou ainda levar ao desenvolvimento do diabetes gestacional.
O controle da glicemia precisa ser ajustado conforme o tipo de diabetes, e a ausência desse cuidado pode levar a complicações como aborto espontâneo, malformações fetais, hipertensão e dificuldades no parto.
Alimentação equilibrada e controle do peso ajudam a evitar complicações
Manter o peso sob controle é parte essencial do acompanhamento. O excesso de peso pode piorar o controle glicêmico e aumentar o risco de complicações. A recomendação é que, a partir do segundo trimestre, a gestante ganhe entre 300 a 400 gramas por semana. Para isso, é importante seguir uma alimentação balanceada e, se autorizado pelo médico, manter uma rotina leve de exercícios físicos.
Esse acompanhamento deve ser feito por uma equipe médica, que pode incluir endocrinologista, obstetra e nutricionista, ajustando o plano alimentar e o tratamento conforme a evolução da gestação.
O diabetes da mãe passa para o bebê?
Embora o fator genético tenha influência no desenvolvimento do diabetes, ele não determina sozinho o risco para o bebê. Há uma predisposição, mas o estilo de vida, alimentação e outros fatores ambientais também são determinantes ao longo da infância e da vida adulta. O acompanhamento médico contínuo e a promoção de hábitos saudáveis desde cedo podem contribuir para que a criança cresça com menores riscos de desenvolver a condição.
Cuidados após o parto
O período pós-parto também exige atenção com a glicemia. Muitas mulheres que desenvolvem diabetes gestacional voltam a ter níveis normais de glicose após o nascimento do bebê, mas o monitoramento continua sendo importante. Se houver persistência da hiperglicemia, o uso de insulina pode ser necessário.
A alimentação deve continuar equilibrada, respeitando as necessidades da amamentação. Dietas restritivas não são indicadas, já que podem afetar a produção de leite e a saúde da mãe. Além disso, seis semanas após o parto é indicado realizar novos exames, como a glicemia de jejum ou o teste oral de tolerância à glicose, para avaliar a situação metabólica da mulher.
A amamentação continua sendo recomendada para todas as mulheres, mesmo as que convivem com o diabetes. Ela traz benefícios para a saúde do bebê e também ajuda a regular o metabolismo da mãe.