Grávida pode tomar café? Saiba a quantidade recomendada durante a gestação
Conheça as restrições da quantidade de cafeína durante a gestação

O café é uma das bebidas mais populares e consumidas no mundo, com um papel central no cotidiano de muitas famílias. Seja no início da manhã ou durante uma pausa no trabalho, a tradição de tomar café traz aconchego e momentos de descontração. No entanto, para as mulheres grávidas, o consumo dessa bebida exige mais atenção e moderação, devido aos efeitos da cafeína no organismo.
A cafeína e os riscos para a gravidez
Produtos com cafeína, como café, chás, refrigerantes à base de cola e energéticos, podem ter impactos significativos na saúde da gestante e do bebê. A substância é um estimulante que pode provocar aumento da frequência cardíaca, afetar o sono e até interferir na absorção de nutrientes essenciais, como o ferro. A pergunta que surge para muitas grávidas é: será que é seguro consumir café durante a gestação? A resposta não é simples, mas a ingestão de café pode ser feita com moderação, sempre com a orientação do médico.
A quantidade de café permitida na gestação
De acordo com especialistas, a quantidade de cafeína consumida durante a gravidez deve ser controlada. A recomendação é que o consumo não ultrapasse 200 a 300 mg de cafeína por dia, o que equivale a cerca de três xícaras pequenas de café expresso. O American College of Obstetricians and Gynecologists sugere que até 200 mg diários não representa um risco significativo de perda gestacional ou parto prematuro, mas é fundamental que a gestante converse com seu médico sobre o melhor consumo para o seu caso.
Alimentos que contêm cafeína e sua variação
O café não é a única fonte de cafeína no cardápio. Outros alimentos também contêm essa substância, incluindo chás, chocolates, refrigerantes de cola e alguns medicamentos. A quantidade de cafeína nesses alimentos varia bastante: uma xícara de café pode ter entre 29 a 176 mg de cafeína, dependendo do tipo, enquanto uma xícara de chá pode conter de 8 a 107 mg. Já o chocolate possui quantidades menores, variando de 5 a 10 mg por porção. É importante considerar todas essas fontes ao calcular o total de cafeína consumida ao longo do dia.
A relação entre o consumo de café e o crescimento fetal
Estudos sugerem que o consumo excessivo de cafeína durante a gravidez pode prejudicar o desenvolvimento fetal. Pesquisa realizada nos Estados Unidos indica que mulheres que consumiram café, mesmo em quantidade moderada, apresentaram bebês de tamanho ligeiramente menor do que aquelas que não consumiram cafeína. A cafeína pode provocar a contração dos vasos sanguíneos no útero e na placenta, reduzindo o fluxo sanguíneo para o feto e, consequentemente, comprometendo seu crescimento. Bebês com baixo peso ao nascer podem estar em maior risco de desenvolver problemas como obesidade, doenças cardíacas e diabetes mais tarde na vida.
Cuidados especiais para gestações de risco
Para as gestantes com histórico de complicações ou em gestações de risco, o consumo de cafeína deve ser mais restrito. Além dos efeitos negativos no crescimento fetal, o excesso de cafeína pode estar associado a uma série de outros problemas, como aumento da pressão arterial, maior risco de aborto espontâneo e prematuridade. Nesses casos, a recomendação é que o consumo de café seja reduzido ou evitado totalmente, sempre sob a orientação do médico.
Grávidas e amamentação: o que é recomendado
Após o parto, durante o período de amamentação, o consumo de café também deve ser moderado. Isso ocorre porque a cafeína passa para o leite materno e pode afetar o bebê, tornando-o mais agitado. Para as mães que amamentam, o consumo deve ser limitado a pequenas quantidades, sempre observando a reação do bebê.
Consultoria: Dra. Fernanda Pepicelli, ginecologista e obstetra; Dra. Elaine de Pádua, nutricionista pós-graduada em doenças crônico-degenerativas, mestre pela UNIFESP; Dra. Flávia Montanari, nutricionista infantil.