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Grávida não pode tomar café? Mitos e verdades sobre a recomendação

Problema não está no café propriamente dito, mas na cafeína. Por isso, cuidado deve envolver também outros produtos

Por Maurício Brum
27 set 2024, 17h00
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Chás, refrigerantes e alimentos industrializados também podem conter a cafeína e devem ser evitados ao longo da gestação (Freepik/Reprodução)
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Quando uma pessoa engravida, algumas recomendações são recorrentes — e talvez poucas delas sejam tão repetidas quanto a contraindicação para consumir álcool e café.

Porém, se restam poucas dúvidas quanto aos riscos das bebidas alcoólicas para uma gravidez saudável, interromper a ingestão de café ainda é um ponto controverso. Embora seja um fato bem estabelecido que ele aumenta os problemas, muitos pesquisadores argumentam que ainda seria possível continuar consumindo a bebida em pequenas quantidades.

E, mais do que isso, a discussão também gira em torno de quem realmente deveria levar a culpa: a fama é do café, mas o que causa os verdadeiros riscos é a cafeína — que, embora seja o principal componente da bebida escura e estimulante, não está presente apenas no cafezinho de todos os dias, mas em muitos outros produtos alimentícios.

Entenda mais sobre essa discussão, abaixo.

A cafeína aumenta os riscos na gravidez?

Verdade. Não há dúvidas: diferentes estudos ao redor do mundo demonstram que a cafeína, componente estimulante que está presente no café (mas não só nele) aumenta os riscos na gestação.

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Entre os problemas que podem ser potencializados pela substância aparecem o aborto espontâneo e o baixo peso ao nascer. As questões de fundo que levam a essas complicações estão relacionadas a uma má qualidade do sono e a uma menor absorção do ácido fólico (fundamental para o desenvolvimento fetal), ambas induzidas pela cafeína.

Isso quer dizer que não pode tomar café?

Mito (mas tenha cuidado!). Os mesmos estudos que apontam riscos no consumo de café também dão pistas sobre até onde é seguro ingerir cafeína. E é possível afirmar que, sim, existe um limite até onde a substância não traria problemas — o desafio é determinar qual seria esse limite.

Algumas pesquisas colocam o máximo em 100 miligramas por dia, outras jogam a dose para até 200 miligramas diários de cafeína. A recomendação dos médicos é que, na dúvida, você evite tanto quanto possível — se sentir falta de um cafezinho, opte pela versão descafeinada.

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O ideal, mesmo, é sempre contar com apoio de um nutricionista, pois a cafeína pode estar presente em outros lugares.

Devo ter cuidado com outras bebidas e alimentos?

Verdade. Aqui está o grande xis da questão. O café é o foco das discussões e o grande “vilão”, mas quem causa problemas, mesmo, é a cafeína — que não está apenas no café.

Vários chás — casos do verde e do preto — têm cafeína em sua composição, assim como refrigerantes e alimentos industrializados, como barras de chocolate. Não adianta muita coisa cortar o café da rotina na gestação se esses outros itens seguem sendo parte do dia a dia.

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