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Febre amarela assusta em São Paulo e vacinação é ampliada

A situação exige medidas preventivas, mas especialistas garantem que não há motivos para pânico. Entenda e proteja sua família!

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 17 jan 2018, 13h56 - Publicado em 10 jan 2018, 18h27

Na última terça-feira, 9, morreu a quarta vítima de febre amarela do ano no Estado de São Paulo. Segundo a prefeitura da capital, 16 casos estão em investigação, todos “importados”, ou seja, contraídos enquanto os moradores estavam em regiões de mata onde ocorre atualmente o ciclo silvestre da doença.

Com as fatalidades paulistanas, que se somam a casos ocorridos no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, o Ministério da Saúde anunciou nesta semana a ampliação da vacinação para a população de 75 cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, em uma versão fracionada do imunizante.

“Trata-se da mesma vacina, mas em doses menores, que protege contra o vírus por nove anos, enquanto a convencional é para a vida toda”, explica Claudio Gonsalez, infectologista do Hospital Santa Paula. Ela vale para os moradores das cidades indicadas pelo Ministério, mas crianças entre os 9 meses e os 2 anos de idade devem seguir na dosagem padrão.

Vale lembrar que, em 2018, a vacina contra a febre amarela entrou no calendário nacional de imunização para bebês a partir de 9 meses. Ou seja, se os filhos ainda não foram vacinados, é hora de pensar sobre o assunto.

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“Embora não haja motivo para pânico, o momento exige atenção”, explica Gonsalez. É que a doença está chegando cada vez mais perto de áreas mais povoadas, o que aumenta o risco da versão urbana – erradicada do país há mais de setenta anos – voltar à ativa.

A febre amarela

Provocada por um flavivírus, os sintomas da febre amarela no início são como os de qualquer outra virose: dor no corpo, febre, vômitos e por aí vai. Nas manifestações mais graves, o micro-organismo ataca intensamente o fígado – daí a cor que batiza o mal – e provoca sangramentos, dores abdominais e morte em até 50% dos casos.

No ciclo silvestre da doença – causadora das recentes fatalidades -, os mosquitos das espécies Haemagogus e Sabethes picam normalmente os macacos que vivem nas árvores. Mas um humano que estiver na mata também pode ser infectado. Isso é um problema porque, uma vez de volta à cidade, ele pode ser picado pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue, que passa a transmitir o vírus por aí. Esse é o ciclo urbano, que não ocorre agora. A diferença, portanto, está na forma da transmissão, mas o vírus é o mesmo!

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Quem deve vacinar

Por enquanto, moradores de regiões onde o vírus circula. No caso da capital paulista, a vacinação geral ocorre atualmente em três regiões: Norte, Sul e Oeste, pela proximidade geográfica com Mairiporã, município na Grande São Paulo onde está parte de uma grande área de floresta urbana e onde as vítimas recentes foram picadas pelos mosquitos que carregavam o vírus.

Mas a indicação será ampliada em breve. Em coletiva realizada nesta quarta-feira, 10, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo anunciou que realizará uma campanha de vacinação entre 3 e 24 de fevereiro. O objetivo é atingir mais de 6 milhões de moradores da Grande São Paulo, incluindo o ABC, Vale do Paraíba e Baixada Santista. Segundo o órgão, embora essas regiões não tenham sido alcançadas pelo vírus, estão em corredores ecológicos por onde a doença pode passar.

Lembrando que a dose demora 10 dias para fazer efeito, então é preciso respeitar essa janela antes de passear nos locais onde a doença já foi encontrada, como alguns parques da Zona Norte de São Paulo, e as demais regiões do país de recomendação permanente da vacina.

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Já portadores de reação alérgica grave à proteína do ovo não devem se vacinar, assim como menores de 6 meses, maiores de 60 anos e pessoas com sistema imunológico debilitado por doenças ou tratamentos como quimioterapia e corticoides. Para esse grupo, o jeito é se proteger de outras maneiras.

“Primeiro evitar áreas de risco, que estão bem definidas em São Paulo, e tomar cuidado com insetos na residências, com telas e repelentes, que não impedem a picada, mas dificultam”, orienta Gonsalez.

A lista completa de novas cidades que entrarão no esquema da vacina fracionada está disponível em apresentação do Ministério da Saúde. O órgão fará campanha para atingir o objetivo de imunizar mais de 19 milhões de pessoas pelo país.

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A Secretaria de Saúde de São Paulo, por sua vez, divulgou um mapa dos municípios que entrarão na campanha estadual do dia 3 de fevereiro. Confira:

(Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo/Divulgação)

 

 

 

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