Estética na gravidez: o que fazer e o que evitar
A gestação traz mudanças que afetam todo o corpo, mas a vaidade precisa dar lugar à segurança, desde a gestação até a amamentação
A gravidez é um capítulo cheio de surpresas no livro da vida, com mudanças que vão muito além da barriguinha crescendo. A pele, por exemplo, fica mais sensível e propensa a reações inesperadas, como manchas e irritações. E sim, a vaidade é importante, mas quando se trata de estética nesse período, o foco deve ser a segurança da gestante e do bebê.
Certos componentes químicos presentes em alguns procedimentos estéticos têm o potencial de ultrapassar a barreira placentária e prejudicar o desenvolvimento da criança. Por isso, o cuidado nesse período precisa ser redobrado. Confira a seguir os tratamentos permitidos e aqueles que devem ser evitados durante e após a gestação.
Substâncias e tratamentos proibidos
É essencial evitar produtos com ingredientes como ácido salicílico, retinoides, hidroquinona, formol e ureia em concentrações elevadas. Esses componentes podem causar desde reações alérgicas até malformações no bebê.
Tratamentos estéticos invasivos, como botox, preenchimentos e lasers, são contraindicados. Alisamentos capilares e tinturas permanentes ou semipermanentes, especialmente nos primeiros três meses, também apresentam riscos e devem ser evitados.
Tratamentos permitidos e seguros
Apesar das limitações, algumas opções mais simples e menos invasivas podem ser realizadas, desde que autorizadas pelo obstetra e conduzidas por profissionais qualificados.
- Drenagem linfática manual: indicada após o primeiro trimestre, a drenagem linfática ajuda a reduzir o inchaço comum nesse período, melhorando a circulação e aliviando desconfortos. É importante garantir que o profissional seja especializado em técnicas para gestantes, com massagens leves, e que a gravidez esteja saudável.
- Limpeza de pele suave: procedimentos simples, sem uso de ácidos agressivos, são permitidos para manter a pele limpa e hidratada. Produtos como vitamina C e hidratantes leves são aliados nesse período, desde que aprovados por um dermatologista.
- Peeling de vitamina C: esse tipo de peeling é seguro para gestantes, ajudando a minimizar danos à pele e a prevenir o melasma, uma condição comum na gravidez. No entanto, peelings químicos mais agressivos, que envolvem ácidos como o salicílico ou o retinoico, devem ser evitados.
- Cuidados com unhas: manicure e pedicure estão liberados, desde que os instrumentos sejam devidamente esterilizados ou próprios da gestante. Esmaltes, de modo geral, não oferecem risco, mas é sempre válido conferir a composição para evitar substâncias potencialmente prejudiciais.
No período da amamentação
Após o parto, os cuidados estéticos podem ser retomados gradualmente. No entanto, o período de amamentação também exige atenção. Alguns tratamentos, como peelings e preenchimentos, devem ser avaliados com cautela, pois ainda não há um consenso científico definitivo sobre a segurança de certos produtos utilizados nesses procedimentos durante a amamentação.
Por isso, é essencial consultar um dermatologista ou obstetra, antes de realizar qualquer procedimento estético, para garantir que não haja riscos à saúde da mãe e do bebê.
Segurança acima da vaidade
Embora existam procedimentos seguros durante a gravidez, o consenso médico aponta que, sempre que possível, é melhor evitar intervenções estéticas nesse período. Priorizar cuidados simples e naturais, como hidratação, alimentação equilibrada e uso de filtro solar, pode ser uma alternativa eficaz e sem riscos.
A consulta com o obstetra e o dermatologista é indispensável para qualquer decisão. Afinal, a saúde da mãe e do bebê deve estar acima de qualquer preocupação estética. E, no final das contas, o brilho natural da gestação é a melhor beleza que uma pessoa pode exibir.