Doença celíaca pode afetar a fertilidade? Entenda melhor

Apenas indivíduos com condição celíaca podem ter a fertilidade afetada pelo glúten. Entenda mais:

Por Redação Pais e Filhos
18 jul 2025, 17h00
pão
 (Mari Queiroz/Divulgação)
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É bastante provável que você já tenha ouvido falar da condição celíaca, uma situação onde o corpo humano reage de forma intensa a uma proteína comum em diversos alimentos do nosso dia a dia, como produtos de panificação, doces e massas. Estamos falando do glúten, é claro. Contudo, o que talvez não seja tão amplamente conhecido é que, além dos desconfortos digestivos habituais, essa particularidade do organismo pode influenciar de maneira significativa a capacidade de conceber.

A conexão inesperada com a fertilidade

Parece surpreendente, não é? No entanto, é real: uma dieta inadequada para quem possui a sensibilidade ao glúten, principalmente quando não identificada ou sem o acompanhamento correto, tem o potencial de impactar diretamente o bem-estar reprodutivo. Este ponto merece a atenção de ambos os gêneros. Diversas investigações científicas indicam que a condição celíaca pode ocasionar modificações no ciclo de vida reprodutivo.

Impactos na saúde reprodutiva feminina

Para as mulheres, as observações são bastante claras. Certas pesquisas evidenciaram um elo da condição com mudanças relevantes, em especial uma diminuição da fase fértil da vida, com indicativos de uma possível antecipação da menopausa. Além disso, irregularidades no ciclo menstrual, como a interrupção da menstruação, foram igualmente observadas. Isso significa que o equilíbrio hormonal e os ciclos femininos podem ser seriamente perturbados pela presença do glúten em um organismo sensível.

Impactos na saúde reprodutiva masculina

A lista de preocupações não se encerra nas mulheres. Para os homens, a presença desta condição pode igualmente provocar desregulações no funcionamento de órgãos reprodutivos. O mesmo profissional de saúde afirma que podem ocorrer problemas na função testicular, o que tem o potencial de gerar dificuldades na capacidade de procriar. Ou seja, a saúde dos testículos, essencial para a produção de espermatozoides saudáveis, pode ser afetada.

O que está por trás dessa relação?

Mas, afinal, qual é a razão para que essa proteína tenha tanta influência sobre o sistema de procriação? Os médicos apontam para duas grandes justificativas, e ambas são muito importantes para entendermos o panorama completo.

  1. Má absorção de nutrientes vitais: a primeira delas se conecta à absorção insuficiente de substâncias vitais. Esta é uma característica frequente em pessoas que convivem com a sensibilidade ao glúten e não mantêm um regime alimentar adequado. A condição celíaca impede que o corpo absorva adequadamente elementos nutricionais fundamentais para o desempenho reprodutivo. Entre eles, podemos mencionar o ferro, o folato, as vitaminas K, B12 e B6, além de outras vitaminas que se dissolvem em gorduras. A falta desses elementos pode, inclusive, estar vinculada à ocorrência de problemas no desenvolvimento fetal, o que é uma preocupação enorme para qualquer gestação.
  2. Natureza inflamatória da doença: a segunda razão reside na característica inflamatória da própria doença. Os elementos de defesa produzidos pelo corpo de um indivíduo celíaco podem comprometer a atuação da placenta e a performance do sistema de defesa do organismo. Esses componentes celulares interferem na fixação do embrião na parede uterina, o que, por sua vez, está associado a uma maior incidência de perdas gestacionais e ao desenvolvimento limitado do bebê no ventre. É como se o corpo estivesse em constante alerta, o que dificulta a implantação e o desenvolvimento seguro de uma nova vida.
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  O poder transformador da dieta correta

E aqui vem uma informação animadora: quando a condição celíaca está bem gerenciada, o que significa adotar e manter uma rotina alimentar estritamente livre de glúten, as probabilidades de tais complicações diminuem de forma considerável. Especialistas dizem que uma vez controlada, a condição não é vista como um fator significativo para influenciar a fertilidade. Contudo, é quando o indivíduo apresenta a doença em uma fase ativa, sem a devida supervisão ou ainda não identificada, que ela estabelece um elo com a infertilidade. A boa notícia é que você tem o poder de mudar esse cenário através da alimentação.

Adotando um estilo de vida sem glúten

Dessa forma, é importante ter um cuidado especial com o que se come. O caminho recomendado é a eliminação total dos itens que contêm glúten. Isso abrange produtos como:

  • Panificados, como pães e bolos
  • Doces e biscoitos
  • Tipos de macarrão convencionais
  • Pizzas
  • Cervejas e outras bebidas que passaram por fermentação e que utilizam cevada, trigo ou centeio em sua composição.

No lugar desses, a sugestão é incorporar alimentos naturalmente isentos de glúten e também as opções formuladas especificamente para quem possui sensibilidade. O profissional da saúde detalha que, em virtude da retirada completa de certos alimentos que são fontes de carboidratos e fibras, este padrão alimentar tende a ser constituído, majoritariamente, por lipídios (como margarinas, cremes e azeites) e compostos protéicos (carnes em geral). Uma porção menor será de carboidratos (a exemplo de massas que não contêm glúten e açúcares).

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Quando procurar ajuda especializada

Se, mesmo seguindo à risca a dieta alimentar apropriada, os desafios relacionados à fertilidade persistirem, o momento é de aprofundar a investigação. Médicos enfatizam a importância de procurar assistência de especialistas. Eles serão capazes de identificar as eventuais origens dos obstáculos e de orientar o procedimento terapêutico mais adequado para cada situação. É um passo essencial para garantir que todas as possibilidades sejam exploradas.

Um passo importante na jornada reprodutiva

A capacidade de gerar vida pode ser um tema sensível para muitos, mas compreender os elementos que podem impactar esse percurso representa um passo decisivo. E, especificamente neste cenário da condição celíaca, a vigilância sobre o que se consome pode ser um fator transformador. Cuidar da sua alimentação é, neste caso, uma poderosa ferramenta para a sua saúde reprodutiva!

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