Diabetes gestacional: o papel do exame de curva glicêmica para a saúde da gestante
Quase 40% das grávidas sofrem de diabetes gestacional no Brasil; Descubra como evitar complicações na gestação

O diabetes gestacional é uma condição que afeta uma significativa quantidade de mulheres, especialmente no Brasil, onde estima-se que cerca de 37% das gestantes desenvolvam esse problema, bem acima da média global de 16,2%. Apesar de ser temporário, esse quadro exige atenção para garantir a saúde da mãe e do bebê, pois a falta de controle pode acarretar complicações graves.
O que é o diabetes gestacional?
O diabetes gestacional ocorre quando os hormônios produzidos pela placenta interferem na ação da insulina, dificultando o controle dos níveis de açúcar no sangue. Isso resulta em hiperglicemia, ou seja, níveis elevados de glicose no organismo. Embora, em sua maioria, o diabetes gestacional desapareça após o parto, sem o controle adequado, pode causar complicações tanto para a mãe quanto para o bebê.
Como funciona o exame de curva glicêmica?
O exame de curva glicêmica, também conhecido como Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), é o principal procedimento utilizado para diagnosticar o diabetes gestacional. Ele é realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gestação e tem como objetivo avaliar como o corpo processa a glicose, identificando possíveis alterações no metabolismo da gestante.
Etapas do exame de curva glicêmica
O teste é realizado em três etapas. Inicialmente, a gestante faz uma coleta de sangue em jejum. Em seguida, ela ingere um líquido altamente açucarado, e o exame continua com duas coletas de sangue subsequentes: uma após uma hora e outra após duas horas. Para garantir resultados precisos, recomenda-se que, nos dias anteriores ao exame, a gestante mantenha uma alimentação rica em carboidratos e faça jejum por pelo menos 8 horas antes da coleta inicial.
Novas tecnologias no monitoramento da glicose
Atualmente, novas tecnologias estão sendo estudadas para aprimorar o monitoramento dos níveis de glicose durante a gravidez, como os sensores contínuos de glicose. Esses dispositivos permitem um acompanhamento mais detalhado da variação glicêmica ao longo do dia, ajudando a garantir um controle mais eficaz do diabetes gestacional.
Interpretando os resultados do exame
Os resultados obtidos no teste de curva glicêmica são fundamentais para o diagnóstico. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, os seguintes parâmetros são considerados para o diagnóstico de diabetes gestacional:
- Glicemia em jejum entre 92 e 125 mg/dL: requer acompanhamento.
- Glicemia após uma hora da ingestão de glicose igual ou superior a 180 mg/dL.
- Glicemia após duas horas de ingestão de glicose igual ou superior a 153 mg/dL.
- Glicemia superior a 200 mg/dL após a segunda coleta, confirmando o diagnóstico de diabetes gestacional.
A importância de um diagnóstico precoce
Detectar o diabetes gestacional o mais cedo possível é essencial para evitar complicações durante a gestação. Sem o controle adequado, o diabetes gestacional pode causar problemas como o crescimento excessivo do bebê, hipoglicemia neonatal e até riscos mais graves para a mãe e o bebê. Com um diagnóstico precoce, é possível implementar ajustes na alimentação e, quando necessário, iniciar tratamentos médicos para garantir uma gestação saudável.