Dia Mundial da Saúde Mental: como cuidar do emocional das crianças?

Estimular as crianças a falarem sobre os sentimentos diminui as chances de desenvolvimento de psicopatologias

Por Gabriel Bortulini
Atualizado em 14 out 2024, 14h08 - Publicado em 10 out 2024, 07h00
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Cerca de 86% da população brasileira sofre de algum tipo de transtorno mental, e isso também inclui as crianças (Freepik/Reprodução)
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O dia 10 de outubro marca o Dia Mundial da Saúde Mental. A data é dedicada à conscientização e à quebra do estigma associado ao tratamento de doenças mentais, buscando difundir informações sobre os transtornos, seus sinais de alerta e possíveis tratamentos.

Pesquisas apontam que, no Brasil, a maioria das pessoas sofre de algum tipo de transtorno mental, como depressão ou ansiedade. Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), esse número pode chegar a 86% da população do país, em diferentes graus de gravidade.

Uma parcela tão grande da população também inclui, obviamente, as crianças. E nesse caso vale o alerta reforçado: na maioria das vezes, os distúrbios de saúde mental são iniciados na infância.

Por que a saúde mental das crianças importa tanto?

A infância é uma fase fundamental na vida de qualquer pessoa: o que acontece nesse período tem impactos duradouros que ajudam a moldar quem seremos no futuro. É nesse período que somos apresentados ao mundo e passamos por experiências que vão nos constituir como seres humanos capazes de lidar com situações positivas e negativas no decorrer da vida.

De acordo com a psicóloga Isabelle Vignol, especializada em terapia familiar, é imprescindível que as crianças sejam capazes de falar sobre os sentimentos. Ao fazer isso, elas terão menores chances de desenvolver transtornos como ansiedade ou depressão.

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Além disso, essa capacidade estimula a desenvolver a autoestima e melhora o desempenho escolar, bem como a convivência familiar e a posterior vida profissional.

Como estimular e ajudar as crianças a lidarem com os sentimentos?

Isabelle explica que o primeiro passo está no autoconhecimento dos próprios adultos.

“Antes de qualquer coisa, é importante que o adulto que cuida de uma criança conheça sobre seu próprio funcionamento emocional”, reitera. Conforme a psicóloga, essa atitude é essencial para que os adultos sejam capazes de conversar com as crianças sobre os sentimentos delas.

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Para isso, ela dá algumas sugestões:

  • Histórias – ficcionais ou não – são recursos interessantes. Filmes como “Divertidamente” e livros como o “Emocionário” podem ajudar a entrar no assunto e facilitar o caminho para a criança falar sobre os próprios sentimentos.
  • Brincadeiras e conversas informais também são instrumentos muito eficazes.
  • Nesse sentido, é importante prestar atenção e demonstrar interesse no que a criança fala e sente.
  • Fazer perguntas que estimulem a curiosidade da criança também é uma boa maneira de tornar a conversa mais confortável e estimulante.
  • Ajudar a criança a traduzir os sentimentos também é importante: dar nome às emoções, como “medo”, “angústia” ou “tristeza” é uma forma de aumentar o repertório de palavras delas.

Nesse processo, os adultos também devem se abrir e falar sobre os próprios sentimentos. Isso demonstra para a criança que abordar o assunto é algo benéfico e construtivo.

“E acima de tudo: acolha”, lembra a psicóloga. Duvidar ou julgar as respostas da criança só vai dificultar a tarefa. Melhor do que isso é ouvir, elogiar e estimular o diálogo.

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