O que é descolamento de placenta? E quais os riscos?
Influenciadora digital Viih Tube foi diagnosticada recentemente após um sangramento vaginal; complicação causa risco à vida da mãe e do bebê
Grávida pela segunda vez, a influenciadora digital Viih Tube compartilhou em maio, nas redes sociais, o medo de perder o bebê após passar por um sangramento intenso. Em atendimento médico, ela foi diagnosticada com descolamento da placenta.
A condição acontece quando a placenta, que serve para fazer as trocas de oxigênio e nutrientes entre o organismo da mãe e do feto, se descola, parcial ou totalmente, da parede uterina antes do parto. No curso normal da gravidez, a placenta só deve se desprender após o nascimento do bebê.
O caso de Viih Tube foi leve. Medicação e repouso foram as recomendações para seguir a gestação com segurança. Mas partos de emergência podem ser necessários em casos em que há riscos maiores à mãe e ao feto. Frente a qualquer sangramento ou sintoma, é essencial buscar atendimento médico.
Por que o descolamento de placenta ocorre?
De acordo com a gravidade do descolamento de placenta, a condição pode estar relacionada a diferentes causas. Descolamentos parciais e que ocorrem em áreas pequenas estão relacionados à ruptura de pequenas veias atrás da placenta.
Isso não significa que não há risco, pelo contrário: nas primeiras 20 semanas de gravidez, o descolamento causa risco de aborto. É justamente a fase da gestação em que esse descolamento moderado ocorre com maior frequência.
Os casos graves são chamados de descolamento prematuro de placenta. Esse desprendimento abrupto costuma ocorrer no terceiro trimestre. Os principais fatores de risco são a hipertensão e a ocorrência de descolamento em gestações prévias.
A pré-eclâmpsia, o diabetes, o tabagismo, o consumo de drogas e doenças renais também aumentam o risco. O local de inserção da placenta é outra influência: quando está aderida próximo ao colo do útero, a placenta tem fixação mais frágil. Acidentes automobilísticos e outros tipos de trauma podem acarretar o descolamento.
Sintomas
Os sintomas variam de acordo com o grau de descolamento. Em geral, há sangramento vaginal, dor súbita no abdome e na lombar, dor na palpação do útero, contrações uterinas e hipertonia.
O descolamento prematuro da placenta causa uma cólica contínua e intensa. A hipertonia uterina é o endurecimento do útero. A maior parte das grávidas apresenta sangramento, embora ele nem sempre seja perceptível, já que um hematoma pode se formar e, assim, o sangue fica retido.
O diagnóstico é urgente e, por isso, é feito a partir das evidências clínicas. A ultrassonografia pode ser útil para confirmação do posicionamento da placenta em alguns casos.
As complicações podem levar à paralisia infantil pela falta de ar pré-parto ou intraparto e ao óbito fetal. O descolamento pode dar início a um trabalho de parto acelerado. Hemorragia, anemia, parto prematuro e baixo peso ao nascer são outros riscos associados.
Existe tratamento?
Em casos graves de descolamento prematuro de placenta, de acordo com a idade gestacional, a recomendação é o parto imediato. O corpo da mãe tenta compensar pelo sangramento, o que pode piorar o quadro e consumir seus fatores de coagulação. A recomendação de cesárea ou parto normal depende do andamento do trabalho de parto e da condição do feto.
Descolamentos parciais e leves, como foi o caso de Viih Tube, requerem uma conduta de observação médica. É recomendado evitar microtraumas locais, que podem ocorrer com relações sexuais, por exemplo, e permanecer em repouso. Os médicos podem receitar alguns remédios para alívio dos sintomas. Em geral, quando há descolamentos leves no primeiro trimestre, com acompanhamento médico, a situação costuma se resolver espontaneamente conforme a placenta cresce.
Para prevenir a condição, além do acompanhamento pré-natal adequado, é importante evitar o tabagismo – parar de fumar no início da gravidez já reduz o risco de descolamento.