Covid-19: mais de 200 mil crianças são infectadas em uma semana nos EUA
O salto preocupante aconteceu entre os dias 19 a 26 de julho e correspondeu a 22,4% dos testes positivos para o coronavírus neste período.
Ainda que menos suscetíveis à covid-19 quando comparadas aos adultos, crianças têm sido alvo da doença pandêmica como um reflexo do aumento de casos nos Estados Unidos. O relatório da Academia Americana de Pediatria, em parceria com a Associação de Hospitais Infantis, apontou que houve um salto de 200 mil novos casos infantis do dia 19 ao dia 26 de julho, correspondendo a 22,4% dos testes positivos semanais.
Até o momento, o país teve 4.797.683 casos registrados de crianças que acusaram positivo para o coronavírus, representando 14,8% do total de norte-americanos infectados. De acordo com o relatório, isso significa que são 6.374 ocorrências infantis a cada 100 mil crianças. Só que, mesmo diante dos números preocupantes, a notícia positiva é que os quadros mais graves da doença ainda acometem uma parcela pequena da população.
Segundo o documento divulgado, o público infantil representa de 1.6% – 3.6% do total de hospitalizações causadas pelo coronavírus. Já em relação as mortes em decorrência da doença, as estatísticas são ainda menores: “as crianças representam de 0% a 0,24% de todos os falecimentos por covid-19, além de sete estados terem apontado zero mortes infantis”, destaca o relatório.
Só que ainda não é hora de flexibilizar…
A tendência é que a justificativa do aumento de casos positivos seja devido a cepa predominante no país norte-americano, a Delta. Estudos já vinham apontado para a sua gravidade, como um artigo publicado na Yale Medicine que constatava que a variante era 75% mais transmissível quando comparada a que surgiu em Wuhan, na China, epicentro da doença.
Mais tarde, outro levantamento britânico foi direcionado especificamente às crianças, em que mostrava que elas tinham 2,5 mais chances de serem infectadas pela Delta. Junto a maior transmissibilidade da variante, as principais explicações relacionadas ao aumento significativo dos números se dá à flexibilização de protocolos e as taxas de vacinação não estarem como previsto. Como aponta a NBC News, nenhum estado norte-americano ultrapassou o nível de 70% de imunizados.
Na semana do dia 3 de setembro, o The Washigton Post reforçou que o país norte-americano está vivendo a quarta onda do coronavírus, com 1.500 mortos apenas na quinta-feira, dia 3. Sendo assim, o reforço é de que ainda não é hora de reduzir as medidas de proteção contra a covid-19 e muitos menos deixar de se vacinar.