Convivência com pets pode reduzir o risco de eczema no bebê? Veja o que a ciência diz
Entenda o que a saúde diz sobre a relação entre pets e eczema

Quem tem um cachorro em casa sabe como esses companheiros rapidamente se tornam parte da família. Eles acompanham todos os momentos, trazem carinho e até demonstram instinto protetor com os pequenos. Mas além do afeto, a ciência aponta uma possível vantagem: o contato precoce com cães pode ajudar a reduzir o risco de eczema, também conhecido como dermatite atópica, em bebês predispostos a essa condição de pele.
O que é o eczema infantil?
O eczema infantil é uma inflamação da pele que pode atingir até uma em cada cinco crianças. Ele geralmente aparece no rosto, nos braços e nas pernas, causando vermelhidão, coceira intensa e ressecamento. Coçar a pele constantemente pode levar a feridas e até infecções, tornando o problema ainda mais desconfortável.
Uma das causas está ligada a uma alteração genética no gene da filagrina, responsável por manter a barreira natural da pele. Essa predisposição, somada a fatores externos, aumenta a probabilidade de desenvolvimento da dermatite atópica.
Como os cachorros podem ajudar
Estudos recentes sugerem que a convivência com cães desde os primeiros meses de vida pode proteger bebês contra o desenvolvimento do eczema. O contato com substâncias presentes no ambiente dos animais parece contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico infantil, ajudando o corpo a reagir de forma equilibrada a estímulos comuns e reduzindo inflamações na pele.
Em outras palavras, a presença de um cachorro em casa pode funcionar como um fator positivo, diminuindo o impacto da predisposição genética ao eczema.
Sistema imunológico mais forte
A teoria é que o convívio com cães favorece a maturação do sistema imunológico do bebê. Essa interação pode ensinar o organismo a não reagir de maneira exagerada a elementos inofensivos, o que costuma acontecer em crianças com dermatite atópica. Embora os mecanismos ainda não sejam totalmente compreendidos, os resultados iniciais indicam uma relação positiva entre ter um cão em casa e o menor risco de desenvolver o problema de pele.
Limitações da descoberta
Apesar dos achados, vale destacar que os efeitos da convivência com cães podem variar. O estudo se concentrou em populações europeias, e os resultados podem não ser exatamente iguais em outros grupos étnicos. Além disso, crianças que já apresentam alergia a cães devem evitar o contato direto, pois nesses casos a presença do animal pode agravar a condição da pele ou desencadear outros sintomas alérgicos.
Outro ponto importante é que a pesquisa não comprovou relação entre cães e a prevenção de outras condições ligadas ao eczema, como asma ou alergias respiratórias.
Cuidados essenciais com a pele do bebê
Independentemente de ter ou não um cachorro em casa, é essencial cuidar da pele do bebê para prevenir ou aliviar os sintomas do eczema. Algumas medidas importantes incluem:
- Usar hidratantes neutros diariamente.
- Optar por banhos curtos com água morna.
- Aplicar creme hidratante logo após o banho.
- Evitar tecidos ásperos, produtos de limpeza fortes e substâncias químicas agressivas.
Em casos mais persistentes, o pediatra pode indicar pomadas, medicamentos para aliviar a coceira ou até tratamentos específicos em situações severas.
Convivência saudável com os pets
Cães e bebês podem, sim, conviver em harmonia. Além do carinho, da alegria e da companhia, os animais de estimação podem trazer benefícios inesperados para a saúde da criança. Com os devidos cuidados médicos e atenção diária, é possível aproveitar ao máximo a presença dos amigos de quatro patas sem que o eczema atrapalhe a rotina da família.