Como identificar e cuidar da sinéquia vulvar em crianças

Condição em que as partes externas da região íntima feminina se juntam criando uma fina camada que pode cobrir a entrada da vagina; Saiba quando se preocupar

Por Redação Pais e Filhos
15 jul 2025, 12h00
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 (Freepik/Reprodução)
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Prepare-se para conhecer uma condição curiosa, mas bastante comum em meninas pequenas. Trata-se de uma união das partes externas da região íntima, quando as dobrinhas da pele (chamadas de pequenos lábios) se juntam parcial ou totalmente, criando uma fina camada que pode cobrir a entrada da vagina. Apesar do nome parecer complicado, essa situação, na maioria das vezes, é inofensiva e não exige tratamento.

É um acontecimento mais recorrente entre os 2 meses e os 2 anos e meio de vida, atingindo uma em cada vinte meninas. Na maioria dos casos, esta junção espontaneamente se desfaz à medida que os componentes bioquímicos da infante se elevam com o passar dos anos. Ou seja, quase sempre, não há motivo para grande apreensão. Trata-se de um quadro que, felizmente, não provoca dor. Geralmente, os cuidadores percebem a alteração durante a substituição dos envoltórios absorventes ou no momento do asseio.

Por que essas dobras podem acontecer?

Diversos elementos podem contribuir para o surgimento desta aderência labial. Analisemos alguns:

  • Valores reduzidos de substâncias reguladoras: antes do amadurecimento sexual, as concentrações de um certo componente bioquímico feminino estão naturalmente baixas. Isso torna a derme da região reprodutiva mais delicada e reativa.
  • Asseio inapropriado: tanto o excesso quanto a carência de limpeza podem ocasionar pequenas sensibilizações na pele, favorecendo a unificação das dobras cutâneas.
  • Contaminações ou reatividade local: erupções cutâneas, inflamações dérmicas resultantes de umidade excessiva nos envoltórios e o toque com componentes formulados causticos (como fortes artigos de lavagem) podem ampliar a propensão a manifestar esta condição.

Como mencionado, felizmente, é um quadro indolor. Na maior parte das circunstâncias, os progenitores identificam-no apenas no decorrer da ablução ou ao efetuar a troca dos dispositivos absorventes.

Como cuidar da aderência das estruturas íntimas?

Na vasta maioria das situações, nenhum tipo de procedimento curativo é preciso, visto que a junção se dissolve por si mesma ao longo do decurso do tempo. Contudo, se surgirem manifestações como mal-estar, impedimento para a passagem do líquido excretado, ou problemas reiterados nas vias excretoras, um especialista infantil pode aconselhar:

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  • Pomadas hormonais: pastas com o componente bioquímico feminino ou anti-inflamatórios hormonais podem ser postas para incentivar a desaglomeração natural das dobras delicadas.
  • Rotinas de cuidado diário: preservar a área reprodutiva sempre higienizada e umedecida pode auxiliar a prevenir o reaparecimento da condição.
  • Medida especializada: em poucas situações, quando a unificação é muito ampla ou causa um incômodo notável, um perito em bem-estar pode prescrever a desaglomeração manual, que é uma manobra expressa e segura.

É possível reduzir a ocorrência da aglomeração labial?

Embora não seja viável evitar completamente esta condição, certas precauções podem auxiliar a diminuir a propensão ao seu aparecimento. Algumas sugestões:

  • Abster-se de agentes de limpeza fortes: prefira produtos suaves e sem fragrância para a higiene íntima da bebê.
  • Lubrificar a área reprodutiva: emolientes ou lubrificantes indicados pelo especialista infantil podem resguardar a superfície epidérmica.
  • Manter a higiene com atenção, mas sem exageros: a limpeza excessiva pode irritar a pele e aumentar o risco de que as dobras se unam

É bastante comum que essa união das dobras se resolva naturalmente com o tempo, à medida que o corpo da criança amadurece e passa a produzir mais hormônios.

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Quando buscar aconselhamento de um especialista?

Se você notar que a junção está bloqueando o fluxo do líquido excretado, gerando mal-estar ou contaminações repetidas, vale a pena procurar um especialista infantil. Ele poderá analisar a necessidade de intervenção e indicar a assistência mais adequada.

De modo geral, a aglomeração labial é uma condição temporária e geralmente sem risco. Com os cuidados certos e o acompanhamento de um profissional, sua menina crescerá saudável e feliz.

Sugestões adicionais para o bem-estar íntimo da pequena

Além das precauções específicas para evitar a união das dobras, existem outras recomendações que ajudam a manter a saúde íntima da sua menina em dia:

Troca frequente das fraldas: manter a região seca e limpa é essencial para prevenir assaduras e infecções. Troque a fralda sempre que estiver molhada ou suja.

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Roupas confortáveis: prefira roupas feitas de tecidos naturais e evite materiais sintéticos que podem irritar a pele delicada da criança.

Higiene adequada: na hora do banho, lave a área genital com água morna e um sabonete neutro. Evite esfregar com força e enxágue bem para tirar todo o sabão.

Observação constante: fique atenta a sinais de irritação, vermelhidão ou desconforto na região íntima da criança. Se notar algo fora do normal, procure um pediatra.

A união das dobras pode parecer preocupante, mas é uma condição comum e, na maioria dos casos, benigna. Com os cuidados adequados e a orientação de um profissional de saúde, sua filha estará protegida e saudável.

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Lembre-se: a prevenção é o melhor caminho. Mantenha a higiene correta, use produtos adequados e observe qualquer sinal de problema.

Se tiver dúvidas ou preocupações, não hesite em buscar ajuda médica. O pediatra é o melhor aliado para garantir o bem-estar da sua filha. E compartilhe essas informações com outros pais para que todos possam cuidar da saúde íntima das crianças com confiança e tranquilidade.

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