Comer muito açúcar na gestação é prejudicial ao bebê?
Consumo excessivo de alimentos açucarados pode favorecer o surgimento de doenças crônicas nos filhos
Ninguém ignora que os doces são alimentos viciantes: quem nunca conheceu aquela pessoa que se diz satisfeita durante o almoço ou jantar, mas basta uma menção à sobremesa para o apetite se renovar como se estivesse em jejum?
O açúcar está presente em inúmeros alimentos, muitos dos quais nem suspeitamos: refrigerantes, sucos industrializados, sorvetes, bolachas recheadas, alimentos de fast food, incluindo hambúrgueres, entre outros tantos. E, assim como os ultraprocessados, os alimentos ricos em açúcar têm se demonstrado cada vez mais prejudiciais à saúde.
Quando falamos em gravidez, o problema é ainda maior: o exagero no consumo de açúcar pode ser um risco para a mãe e para o desenvolvimento do feto. Além disso, os problemas podem aparecer num prazo mais longo, contribuindo para o surgimento de doenças crônicas na infância e até na fase adulta.
Maior risco de doenças crônicas
Comer muito açúcar durante a gestação, definitivamente, não é saudável. Estudos da Universidade Queen Mary, no Reino Unido, e da Universidade de Harvard, dos EUA, verificaram a relação da ingestão de açúcar pela gestante com o maior risco de doenças e condições crônicas como asma e obesidade nos filhos, a longo prazo.
Essas doenças são perigosas para o bebê, mas não só: também podem atingir a mãe. Uma dieta com excesso de açúcar pode contribuir para os casos de diabetes gestacional, por exemplo.
Outros estudos sugerem, ainda, que o consumo excessivo de açúcar durante a gestação pode influenciar negativamente no desenvolvimento cognitivo dos filhos, tendo impacto na memória e no aprendizado.
Redução do consumo de açúcar pode ser benéfico
Um recente estudo publicado na revista Science examinou o impacto das dietas ricas em açúcar num período de 1000 dias a contar da concepção. A descoberta revelou que a redução do consumo de açúcar pode diminuir em 20% a chance de desenvolvimento de hipertensão arterial, em 35% o risco de diabetes do tipo 2 e em 30% o risco de obesidade.
Esse menor risco não se refere apenas ao período de 1000 dias: significa uma menor chance de desenvolver essas doenças na fase adulta.