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Casos suspeitos de microcefalia chegam a 2.782, segundo Ministério da Saúde

Boletim epidemiológico divulgado pela pasta nesta terça-feira (22) também aponta 40 óbitos.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 28 out 2016, 17h08 - Publicado em 22 dez 2015, 14h50

Os números do surto de microcefalia que assola o país em 2015 não param de crescer: até o dia 12 de dezembro, haviam sido registrados 2.165 casos suspeitos da malformação em 549 municípios de 19 Estados e do Distrito Federal; nesta terça-feira (22), um novo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde aponta 2.782 suspeitas, notificadas até o dia 19, em 618 cidades distribuídas em 20 unidades da Federação.

Entre as medidas do governo para conter a infecção de gestantes pelo vírus zika e, consequentemente, os casos de microcefalia, está a criação do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, lançado no último dia 5. A ideia é atuar em três frentes: no combate ao Aedes aeypti, mosquito que transmite o agente infeccioso; no atendimento às grávidas e aos bebês que nascem com o problema; e no investimento em pesquisa. Em relação a esse último tópico, o ministério capacitou, recentemente, mais 11 laboratórios públicos para realizar o diagnóstico de zika – feito por PCR, um exame de sangue. Com isso, o teste que detecta o vírus passará a ser feito em 16 centros distribuídos pelo país. E o objetivo é transferir a tecnologia para mais 11 unidades nos próximos dois meses.

Combate ao mosquito nas férias

A principal medida para se manter longe do Aedes aegypti é eliminar os focos onde ele se reproduz – que são, basicamente, recipientes ou locais em que pode haver acúmulo de água. Isso é ainda mais importante nesta época do ano, já que o calor e as chuvas propiciam o desenvolvimento e a circulação do inseto. A recomendação do Ministério da Saúde é que todos façam uma vistoria em casa para eliminar possíveis criadouros, principalmente antes de viajar.

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“Se hoje não temos uma vacina para zika, chikungunya ou dengue, ou alguma tecnologia inovadora pronta para ser utilizada imediatamente, a ação mais efetiva é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti. Por isso, é importante fazer um grande apelo à sociedade: antes de sair de férias, descarte corretamente latas, garrafas, embalagens de presentes, todo e qualquer recipiente que possa acumular água parada. Casa vazia não pode servir de criadouro do mosquito”, alertou o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi, na coletiva de imprensa que aconteceu nesta terça, em Brasília.

O ciclo de reprodução do Aedes (do ovo à forma adulta) leva de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo que você vá ficar fora por pouco tempo, esteja atento. “É importante verificar se a caixa d’água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras pequenas ações que podem evitar o nascimento do mosquito”, orienta o ministério, em nota.

Vale lembrar também que os ovos desse inseto podem ficar aderidos às laterais internas e externas dos recipientes por até um ano sem água. Se durante esse período eles tiverem contato com o líquido, o ciclo evolutivo começa e, consequentemente, a transmissão. Daí porque é indicado lavar esses locais com água e sabão, utilizando uma bucha. 

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