Há alguns anos, o termo burnout tem ganhado destaque em discussões sobre o mercado de trabalho. A palavra em língua inglesa, que pode ser traduzida literalmente como “esgotamento”, geralmente está associada à sobrecarga de funcionários com excesso de demandas, prazos apertados e ambientes de trabalho pouco acolhedores. A partir de 2022, o burnout foi considerado uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Tendo em vista o trabalho não remunerado desempenhado por muitas mães — que, além de comandar o cuidado dos filhos, geralmente são as principais encarregadas pelos cuidados do lar —, a maternidade também pode gerar experiências parecidas ao esgotamento laboral: é o burnout materno.
Sintomas e sinais de alerta
Embora seja mais comum com mães de primeira viagem, o burnout materno pode atingir mulheres que tiveram filhos mais de uma vez.
Os sintomas não apresentarem um padrão específico, mas estão associados às tarefas domésticas e à dedicação aos cuidados com os filhos: ou seja, responsabilidades diretamente ligadas à maternidade.
A identificação dos sintomas pode ser um desafio – afinal, o próprio esgotamento tende a ser encarado como consequência inevitável da condição de mãe. Também pode haver a confusão com quadros de outras condições típicas desse período, como a depressão pós-parto.
Estes são alguns dos sinais para ficar alerta:
- Esgotamento extremo;
- Irritabilidade e frustração constantes;
- Afastamento emocional dos filhos;
- Insônia;
- Isolamento social;
- Sentimento de culpa ou de incompetência;
- Perda de prazer nas atividades cotidianas e anteriormente prazerosas.
Como prevenir e combater o burnout materno
O enfrentamento do burnout materno parte do reconhecimento das próprias necessidades da mãe e a delegação de tarefas e responsabilidades para parceiros e familiares.
Estas são algumas das recomendações para lidar com o burnout:
- Autocuidado: priorizar momentos e atividades que sejam prazerosas e relaxantes, como exercícios físicos, a manutenção de hobbies, leitura ou meditação;
- Reconhecer as próprias necessidades como mãe e ter contato com experiências e contextos maternos diversos;
- Buscar auxílio em grupos de apoio ou em terapia individual;
- Manter a vida social e buscar apoio emocional com familiares e amigos;
- A divisão de trabalho é uma ferramenta importantíssima para evitar a sobrecarga materna. Assim, ter o envolvimento familiar e de parceiros de maneira ativa é fundamental para que a mulher não sofra com o esgotamento.