1. Guie-se pelo QI (quem indica!)
Boas indicações de pediatras costumam produzir relações duradouras. Amigos e familiares tendem a dar referências certeiras. São pessoas que conhecem você e costumam pensar de forma parecida. O obstetra também é uma excelente fonte na hora de escolher o médico do pequeno. Afinal, ele também conhece bem a forma de pensar dos pais do recém-nascido.
2. Convênio ou particular?
Eis a eterna dúvida. O plano de saúde, além do preço mais em conta, oferece uma ampla rede de médicos, alguns deles perto de sua casa. Em cidades como São Paulo, o deslocamento é um item importante. Mas o tempo que se ganha no trânsito pode se perder na sala de espera, em geral lotada. Já o particular tende a ser mais disponível, mas, em compensação, cobra por isso. O sistema de reembolso é uma alternativa aos dois, porém é importante consultar limites e valores junto à assistência médica contratada. Seja qual for sua escolha, o importante é que o especialista atenda às suas necessidades fundamentais.
3. Qual é a qualificação do médico?
Vale a pena levantar a titulação do pediatra antes de tomar sua decisão. Saber onde estudou, descobrir a que organizações está associado, confirmar se tem a especialidade em pediatria, ter certeza de que é membro de conselhos de medicina e da Sociedade Brasileira de Pediatra, enfim, informar-se sobre a atuação profissional do mesmo.
4. Resolva tudo antes do parto
Tente definir o médico de seu bebê antes do nascimento. Vá ao consultório dele com o barrigão mesmo para já tentar acertar tudo e não precisar fazer isso em meio à loucura dos primeiros meses de vida da criança. Definitivamente, um momento complicado para tomar uma decisão tão delicada.
5. O santo tem de bater
Antes de confiar, é preciso simpatizar com ele. Sem empatia, será difícil manter uma relação saudável, mesmo que seja um pediatra renomado. Em duas ou três consultas, já dá para saber se a personalidade dele e sua maneira de atender a agradam.
6. Ele vai cuidar do seu filho
Confiança talvez seja o quesito mais importante aqui. Junte todas as informações que colheu a respeito do médico, some as impressões que teve e se pergunte: eu confio nesse pediatra? Se a resposta pender para o sim, pelo acolhimento ou por demonstrar competência, sua decisão estará praticamente tomada.
7. Puxe papo na sala de espera
Reunir informações adicionais enquanto espera pela consulta pode ser uma maneira inteligente de conhecê-lo melhor. Às vezes, algo que uma mãe diz, querendo elogiar ou reclamar da conduta do médico, pode fazê-la desistir dele ou ter a certeza de que ele é o cara.
8. Observe detalhes do consultório
Mais do que atentar para a sofisticação e a parafernália tecnológica do lugar, vale observar a organização e a higiene das salas. Um médico preocupado com a limpeza e a ordem do seu espaço de trabalho possivelmente sabe administrar seu tempo para cuidar bem dos pequenos pacientes. A decoração e o jeito da secretária ou da recepcionista também podem falar muito sobre a personalidade e os valores dele.
9. Pergunte tudo e mais um pouco
Foi-se o tempo em que o médico era o dono da verdade e os pais se sentiam intimidados de questioná-lo. Hoje, com a internet e outras fontes de informação, os pediatras sabem que têm de responder a muitas perguntas. Abuse dessa prerrogativa. Procure esclarecer cada uma de suas dúvidas. Além de tratar e monitorar o desenvolvimento da criança, outra função desse especialista é orientar os pais em relação à boa parte da rotina do bebê.
10. Ele vai te atender de madrugada?
A disponibilidade é mais um quesito vital para tomar a decisão certa. É importante saber do médico se ele vai, de fato, atendê-la quando seu filho precisar. Se ele fornecer celular e o telefone da casa, além do número consultório, já será um bom sinal. Lembre: as crianças não ficam doentes apenas em horário comercial. Também vale avaliar a disponibilidade dele em cada consulta. Em 15 minutos, é impossível travar uma conversa sobre a saúde de um bebê.
11. Controle a própria ansiedade
A gravidez mexe com o estado emocional de qualquer casal. O pediatra sabe disso e normalmente se sai bem ao lidar com a situação. Mas os pais têm de colaborar. Procure não criar expectativas impossíveis de serem atendidas. Lembre-se de que ele será apenas o médico do seu filho. Procure ter paciência e não deixe a primeira impressão prevalecer. Um médico pode deixar de dar a atenção que você espera para cuidar de outro caso. Mas isso sinaliza que ele fará o mesmo por seu filho quando precisar. Um bom indício, por exemplo, é perceber se ele permite ser interrompido – pelo celular ou por uma ligação da secretária – durante a consulta. Em um primeiro momento, pode parecer descaso com você. Mas, olhando por outro viés, ele está demonstrando disponibilidade e atenção para cuidar de seus pequenos pacientes.
12. Tal pai, tal filho
Conhecer-se e saber o que se quer pode fazer muita diferença no momento da escolha do pediatra. Pais vegetarianos que queiram estabelecer essa dieta ao filho, por exemplo, precisam de um médico apto a orientá-los em relação a essa decisão. O mesmo vale para questões como homeopatia versus alopatia, tomar ou não todas as vacinas, entrar com antibiótico sempre ou esperar e assim por diante. A melhor referência é o tipo de tratamento que você recebe do seu médico. Quanto mais próxima a linha de abordagem, melhor.
13. Não gostou? Troque
A escolha de um pediatra não precisa ser eterna. Se no meio do processo as coisas pararem de funcionar conforme o esperado, mesmo depois de conversar abertamente com o médico, sinta-se à vontade para procurar outro profissional. Só não deixe de falar com ele a respeito do problema para evitar que um mal-entendido ponha tudo a perder.
Fontes:
Terapeuta familiar Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia; endocrinologista pediátrica Isabel Rey Madeira, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).