7 alertas importantes sobre as vacinas

Cumprir o calendário de imunização não é suficiente para garantir a proteção do pequeno. Confira algumas precauções cruciais para assegurar a eficácia da vacina e evitar efeitos indesejados.

Por Thais Szegö (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 03h56 - Publicado em 8 jun 2015, 12h08
Dmitry Naumov/Thinkstock/Getty Images
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1. A pontualidade faz diferença
Tudo bem atrasar ou adiantar um pouco uma aplicação, mas evite. O calendário é calculado para proporcionar proteção máxima ao seu bebê. “Atrasos, inclusive nos reforços, deixam o pequeno desprotegido. Antecipar a aplicação também pode ser ineficiente se o sistema imune não estiver maduro”, avisa o pediatra Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações. Há casos, porém, como o da catapora, comum na primavera, em que vale adiantar a vacina se o pediatra autorizar.
 
2. Motivo para adiar
Resfriados, alergias e pequenas indisposições não são motivo para postergar a imunização. Mas o pequeno não deve ser vacinado se tiver febre ou algum problema mais grave, como pneumonia, infecção urinária e quadros virais que provoquem manchas vermelhas na pele. “A vacinação também é contraindicada se a criança estiver usando medicamentos que baixam a imunidade, como corticoides”, alerta Kfouri. Na dúvida, consulte o pediatra.
 
3. Reação não é sinal de eficiência
 Com exceção da BCG intradérmica – que é dada ainda na maternidade e deixa uma marquinha na pele quando acontece a pega -, não se espera que nenhuma vacina dê sinais de que o sistema imunológico passou a produzir anticorpos contra a doença. “Não há por que se preocupar”, garante Ana Paula Moschione, médica assistente da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança de São Paulo. Afinal, as vacinas já foram testadas e se mostraram eficientes. Em situações especiais, exames de sangue podem verificar a proteção contra rubéola e hepatites A e B. Além disso, apenas de 10% a 15% das crianças apresentam reações – como febre, irritabilidade e dor de cabeça ou no local da picada – e, mesmo nelas, os efeitos são brandos. “A maioria não tem nada, o que não significa que a vacina foi inútil”, afirma Ana. Se seu filho for do time que se ressente com a vacina, é fácil resolver. Faça compressas frias no local da picada até 24 horas depois da aplicação. Desse período em diante, se o inchaço continuar, use compressa quente. Caso haja dor ou febre, pode dar o analgésico ou o antitérmico recomendado pelo pediatra. Mas nunca utilize esses medicamentos preventivamente, antes da vacina, pois eles interferem em sua ação.
 
 4. Onde aplicar
Posto de saúde, clínica particular ou consultório do pediatra. Cada lugar tem suas vantagens e cabe a você optar de acordo com suas possibilidades e convicções. Nos postos, o benefício é o custo zero. “Mas, nas clínicas de vacinação e nos consultórios pediátricos, costuma haver versões mais completas ou que provocam menos reações do que as oferecidas pelo governo”, pondera Kfouri. Um exemplo é a vacina pneumocócica – os postos aplicam a 10-valente e as clínicas a 13-valente, que protege contra uma gama maior de bactérias causadoras de pneumonias e meningites. Seja qual for a escolha, é importante que o local seja bem higienizado, fiscalizado pela Vigilância Sanitária e que disponha de geladeira ou câmara com controle de temperatura para o armazenamento, além de mecanismo de proteção em caso de falta de energia. Em consultórios pediátricos, o médico deve ter credenciamento e alvará especial, emitidos pela Vigilância Sanitária. Vale checar. Vacine seu filho sempre no mesmo lugar – assim, se a carteirinha dele se extraviar, é possível recuperar os registros sem ter de repetir a dose.
 
5. Agrupar vacinas funciona
É fato: nenhuma criança gosta de tomar vacina. Não é à toa, portanto, que a combinação de diferentes imunizantes em uma única dose seja uma tendência, pois garante, com menos picadas, a mesma proteção que seu bebê teria tomando cada uma individualmente. “O agrupamento, no entanto, só é possível quando a interação entre os componentes não interferir na eficiência de cada fórmula nem provocar efeitos colaterais”, explica o pediatra e imunologista Victor Nudelman, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “Para garantir a segurança, as polivacinas passam por testes rigorosos em órgãos como o FDA, a agência governamental que aprova medicamentos nos Estados Unidos, e a Anvisa, no Brasil”, completa Ana. 
 
6. Quando aderir às campanhas
 O objetivo da vacinação em massa é formar uma muralha de proteção imunológica para que, se alguém for contaminado fora do país, a doença não se espalhe. Se seu filho está com a vacinação em dia, a participação fica a seu critério. Caso ele tenha recebido uma vacina recente, não existe risco em imunizá-lo contra a mesma doença. “O único reforço que sempre aconselhamos é o da Sabin. Nem tanto por um cuidado pessoal, mas para proteção da comunidade”, diz Ana. O vírus da vacina, enfraquecido, se espalha pela população, criando uma imunização indireta, benéfica a todos.
 
7. As doenças vão… e voltam!
Por que doenças que contam com vacinas há tanto tempo, como a coqueluche, estão ressurgindo? Não dá para analisar o efeito da imunização do ponto de vista individual. Como explica Nudelman, quando se pensa numa população, pode ser que poucas pessoas tenham sido imunizadas, que a pega da vacina usada era pouco eficiente ou que ela tivesse duração limitada. “Sem falar que nenhuma vacina é 100% eficaz”, diz o médico. No caso da coqueluche, a maior taxa de contaminação ocorre hoje entre adolescentes e adultos. Nesse público, a doença é confundível com resfriado e não traz maiores complicações. O problema é se o infectado entra em contato com um bebê não vacinado. “Neles, a doença é grave. Por isso, é importante renovar a aplicação da vacina em babás, pais e professores que convivem com crianças pequenas”, diz Kfouri.

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